A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) foi ao Campus A.C. Simões, na manhã desta quinta-feira (12), para discutir a adoção de medidas que minimizem a insegurança na área da universidade. A encontro reuniu professores, servidores e alunos no Centro de Educação (Cedu), bloco onde foi registrado o último assalto a mão armada no campus, no último dia 28.
De acordo com Jailton Lira, presidente da Adufal, a discussão é antiga, pois, episódios de violência na universidade já teriam se tornado corriqueiros, o que resultou na criação de um Grupo de Trabalho (GT) voltado ao tema, mediante aprovação do Conselho Universitário (Consuni), com a entidade destacando a importância da participação da comunidade acadêmica.
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Para Jailton, o grande desafio, no sentido de garantir a segurança de todos, encontra-se na discussão em torno da presença ou não da Polícia Militar no campus.
"Há restrições à presença da PM aqui no campus, em razão do papel que a polícia exerce, de órgão repressor do Estado. Por outro lado, a segurança pública não é combatida por pessoas comuns. É o Estado quem deve assumir esta obrigação constitucional. Conseguir estabelecer um meio termo entre aquilo que a comunidade acadêmica defende e aquilo que a gente precisa é o nosso maior desafio neste encontro", avaliou.

"O problema da criminalidade em Alagoas também está aqui dentro", atestou, destacando também a fragilidade do campus, "um espaço aberto para este tipo de acontecimento".
Sobre a presença da PM na universidade, a professora, que também é especialista em segurança pública, afirma que é possível um diálogo com a PM, mas não pela via do policiamento tradicional. Para ela, a saída poderia ser algo semelhante a uma ronda escolar.
"A sensação de segurança que a gente quer não é a sensação de que nosso estudante, professor e técnico são os suspeitos. A ronda escolar é especializada em lidar com este público. Não se trata de simplesmente colocar a PM no campus. Eu penso que é possível estabelecer um diálogo. É preciso, porém, pensar modelos sobre os quais possamos dialogar".
Na oportunidade, a especialista ressaltou, ainda, que, embora a universidade seja um espaço federal, não há nada que impeça o diálogo com as demais esferas (estadual e municipal), a fim de se buscar uma maior sensação, por meio da presença de "pessoas que sejam amigas da comunidade". "As pessoas resistem à ideia de se ter um policial na comunidade acadêmica porque muitos o enxergam como um inimigo".
E entre os poucos universitários presentes estavam as alunas de nutrição Gabriela Mendonça e Thalita Silva. Elas disseram achar importante a participação da comunidade acadêmica, já que os estudantes são os principais interessados na resolução deste problema.
"Acredito que a falta de engajamento da comunidade acadêmica é fruto de puro comodismo, por achar que a reunião não vai influenciar diretamente no dia a dia dos estudantes. Eles querem aquilo, mas o que vão fazer para mudar? Eles acham que não têm voz e que não vão fazer a diferença. Mas, se as pessoas se unirem, elas vão, sim, fazer a diferença", afirmou Thalita Silva.