O primeiro debate com os candidatos ao Governo de Alagoas realizado nesta quarta-feira (19) gerou uma grande polêmica entre os alagoanos que puderam acompanhar, mas isso se deu, basicamente, pela ausência do atual governador e postulante à reeleição. A assessoria de Renan Filho (MDB) informou, por meio de nota, que o governador não compareceu ao debate devido à compromissos no Palácio República dos Palmares.
Para fazer uma análise sobre a influência que o debate promoveu ao eleitor, aGazetawebouviu o analista política Marcelo Bastos.
Leia também
De acordo com ele, o debate realizado pouco influenciou os eleitores no geral, já que, segundo ele, o pleito em Alagoas já estaria praticamente consolidado.
"Foi um debate de pouca influência para o eleitor porque, na verdade, ele foi pouco visto. Quem mais acompanhou foi o pessoal que trabalha nas redes sociais, blogs, portais, rádios e TV. Mas o eleitor em geral não foi influenciado pelo resultado daquele debate de ontem, mesmo que os candidatos tenham falado em alguns momentos que o candidato ausente era 'fujão', que não compareceu ao debate, que ele não respondeu. Os três candidatos que estavam presentes têm um tempo muito pequeno no horário eleitoral e eles têm que aproveitar todo espaço proposto para vender suas mensagens. O governador tem um tempo enorme para mostrar suas propostas de governo, mostrar as realizações que ele fez durante os quatro anos. Então, o debate não vai influenciar o eleitor, porque a decisão dele está praticamente consolidada".
O analista político ainda afirmou que, com a desistência do senador Fernando Collor (PTC) ao Governo do Estado, a corrida eleitoral perdeu o caráter de disputa. "Quando tínhamos a candidatura do Collor, existia disputa pois ele era um candidato à altura para contrapor o atual governador. Com a desistência dele e a entrada do Pinto de Luna, a disputa entra num processo de esvaziamento e poderíamos voltar a dizer que a eleição já está definida por W.O em prol da reeleição do candidato Renan Filho, que se encontra numa situação confortável".
Ainda conforme Marcelo Bastos, o horário em que foi realizado o debate (às 17h45) foi bastante inconveniente, visto que algumas pessoas estão no trabalho ou saindo dele. Ele acredita que este fato foi decisivo para a ausência do emedebista no primeiro encontro entre os candidatos.
"Quando Renan Filho avaliou que seria um debate num horário inconveniente e com três candidatos que não têm intenções de voto, já que a intenção do Basile Christopoulos, Josan Leite e Pinto de Luna são intenções pequenas, para ele não seria vantajoso e iria dar palanque para os candidatos que estavam lá se apresentando como oposição à gestão do atual governo. Ele não teria nenhum ganho com isso", apontou.
Perda para a democracia
O analista política afirmou, entretanto, que as situações promovidas pelos debates são importantes para garantir a democracia.
"O debate é importante, é salutar, porque trabalha as contradições das ideias e das propostas dos candidatos. Porém, isso já natural e normal em eleições aqui em Alagoas e, principalmente no Brasil, quando o candidato está bem situado nas pesquisas, porque ele faz uma leitura de que muitas vezes não é interessante a ida dele, porque ele só vai ajudar aqueles que estão muito abaixo dele e ser alvo de críticas".
Ele ainda relembrou a eleição entre Lula, Alckmin e Heloísa Helena, em que o candidato do PT não se fez presente em alguns debates.
"Em todos aqueles debates daquele ano que não foi proposto pela Rede Globo, o Lula esteve ausente. Só foi para o último debate, que foi na Rede Globo, quando ele sabe que a audiência realmente é consolidada. Além do mais, já era na reta final do pleito, quando não vai ter mais nenhuma possibilidade de ser revertido o quadro da corrida do pleito. O governador Renan Filho fez essa mesma leitura", finalizou.