Enquanto parte dos moradores do conjunto residencial Brisa do Lago, no bairro Zélia Barbosa, em Arapiraca, busca transformar uma área pública de preservação ambiental em um parque para a comunidade, outros têm aproveitado a ausência de uma fiscalização mais efetiva, para invadirem o local, alguns inclusive praticando crime ambiental com o desmatamento de árvores nativas. Nesta terça-feira (24), havia no espaço alguns pontos cercados e outros já ocupados inclusive por supostas empresas que vendem material de construção.
Fiscais da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente estiveram no local e comprovaram as invasões. Uma nova fiscalização deve acontecer nessa quinta-feira (26) por parte dos agentes do meio ambiente, para ampliar a coleta de provas, que devem ser apresentadas à Procuradoria-geral do município, com vistas a abertura de ação e pedido de reintegração de posse das áreas invadidas, segundo informou o superintendente de fiscalização da pasta, Allex Carvalho.
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"Não se pode retirar material do local, nem cortar árvores,o que se configura em crime ambiental. Da mesma forma, é proibido utilizar ou invadir a área em benefício próprio. Já constatamos as invasões e a derrubada de árvores e o caso vai para a Procuradoria-geral do município, que deve indicar os procedimentos e a serem tomados e acionar a Justiça para a desocupação do espaço de preservação ambiental", acrescentou o superintendente.
Ao mesmo tempo em que alguns moradores se aproveitam da falta de agentes públicos de forma mais efetiva no local, para invadir, destruir e cercar áreas públicas, outro grupo, representado pela Associação de Mulheres do Brisa do Lago, tem trabalhado para conservar, preservar e transformar o espaço para uso público da comunidade.
De acordo com a presidente da instituição, Cleonice Bezerra, eles já procuraram a prefeitura e órgãos como o Ministério Público de Alagoas, para transformar o local em parque público para a preservação das espécies nativas existentes. Dentro da área, há inclusive nascente que integra a bacia do rio Perucaba, um dos afluentes do São Francisco.
"Estamos esperando e não conseguimos ainda este objetivo. Estamos defendendo o rio e a nascente, que está poluída com dejetos de esgoto, mas vamos lutar pela preservação, não vamos parar. Nosso objetivo é transformar isso aqui num paraíso", assegurou Cleonice, que tem enfrentado, diariamente, ameaças dos invasores, que "se acham donos por se tratar de área pública".