As épocas de liquidação e saldos devem começar nos próximos meses, quando as festas de final de ano se aproximam e exigem que as pessoas corram em busca de presentes. No entanto, dados mostram que muitos consumidores brasileiros chegam ao último trimestre endividados e já sem capacidade financeira de limpar o nome.
Alguns bancos apontam que, de agosto em diante, cresce a busca por umempréstimo online, por exemplo -- prática é comum entre os brasileiros de dos todos Estados.
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"Fazer um controle financeiro mensal e anual é uma forma de fugir das dívidas. Muita gente pensa que isso quer dizer idas ao contador ou muitas planilhas de Excel, quando, na verdade, os aplicativos dos bancos estão cada vez mais tecnológicos e cheios de informações", explica o consultor financeiro Thiago Rocha, da Universidade Federal do ABC (UFABC).
"Porém, se você não manja de interpretá-las e cruzá-las com os seus rendimentos, vai acabar o ano zerado", completa.
Rocha dá algumas dicas para administrar a vida financeira: o primeiro passo é justamente não ter medo de colocar gastos e rendas no papel. "É importante anotar o que entra e o que sai para que você visualize a diferença. Se você não é muito fã dessa metodologia, pode usar aplicativos como o Evernote ou fazer o download de planilhas de controle financeiro prontas da internet".
Especialistas dizem que a diferença entre o que se recebe e o que se gasta é o que precisa ser analisado: o cenário ideal é aquele em que todos os meses sobra um pouco de dinheiro. Contudo, a maioria das pessoas vivencia justamente o contrário: fim de mês no negativo.
Quem anota estas informações não cai no erro de parcelar uma compra grande em momento de dificuldade. O parcelamento pode parecer uma facilidade e até mesmo uma forma de aliviar as contas, mas na verdade ele é um grande vilão.
Boa parte das lojas parcela em mais de 12 vezes sem juros, todavia são poucas as pessoas que compram algo nesse sentido sabendo que vão conseguir pagar até a última das parcelas.
Outra dica é sempre ter um limite do cartão para usar em momentos de emergência. Estourá-lo é um sinal de é necessário parar de utilizá-lo. "Quem faz compras com inteligência nunca atinge o limite do cartão de crédito. Inclusive, o ideal é só utilizar o cartão em situações emergenciais ou para compras planejadas", diz Rocha.
O consultor também diz que não se deve pagar contas com cartão de crédito, nem posterga-las por mais um mês. O juro do cartão de crédito é maior do que o de inadimplência de contas municipais e estaduais, por exemplo.
"O melhor caminho mesmo é negociar. Se você atinge o limite com frequência, talvez seja hora de negociar com o banco e colocar o cartão na gaveta. Evitar andar com ele também é um hábito saudável e que leva a ter menos gastos", diz Rocha.
Para quitar logo as dívidas, é preciso também priorizar. O pagamento de cartões e empréstimos deve ser feito em primeiro lugar. Evitar obter novos contratos de empréstimo antes de quitar os antigos é uma estratégia. E, por fim, a dica é ter paciência: algumas negociações podem levar mais tempo para terminar de pagar. Porém o que importa é ter suas contas em dia, sair do vermelho e poder voltar a poupa.