Nesta quinta-feira (22), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que europeus usam o meio ambiente para estabelecer barreiras para o crescimento do Brasil.
"A gente não tem que dar guarida para conversa fiada de quem quer impedir que o Brasil comercialize", disse Lorenzoni a jornalistas após um evento em São Paulo.
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Para ele, os europeus usam a questão do meio ambiente para "confrontar os princípios capitalistas" e para estabelecer barreiras ao crescimento e ao comércio de bens de serviço brasileiros.
Lorenzoni chamou de mentirosas as denúncias de organizações europeias e defendeu que o Brasil não desmata "no índice que é dito".
"Por que eles têm tanto interesse em criar dificuldades ao Brasil? O Brasil é o grande competidor em commodities, é o grande competidor em bens minerais e é o último grande repositório da humanidade em biodiversidade", disse.
O ministro comparou as reações do velho continente, que classificou como um mecanismo de proteção, às da febre aftosa, que dificultaram as exportações da carne brasileira para o mercado europeu no início dos anos 2000.
Secretário-geral da ONU fez alerta
Também nesta quinta, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse estar profundamente preocupado com os incêndios na floresta amazônica. Ele reforçou que não podemos mais arcar com os danos para uma das maiores fontes de oxigênio e biodiversidade.
Pelo mundo, a imprensa deu destaque ao aumento do número de incêndios que foi detectado na Amazônia em suas manchetes. Assista no vídeo abaixo:
82% mais queimadas em 2019
Brasil e países vizinhos sofrem neste mês de agosto com o aumento das queimadas. A pluma dos incêndios foi vista em imagens de satélite, tanto por aqueles usados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) quanto os da Nasa, a agência espacial americana.
Na Bolívia, uma área de pelo menos 500 mil hectares já foi consumida pelo fogo, no que já é considerado o maior incêndio de sua história recente. A nuvem de fumaça que sai de Roboré, município do departamento de Santa Cruz, chegou, inclusive, a cidades brasileiras que ficam perto da fronteira boliviana.
Autoridades peruanas informaram nesta quarta-feira (21) que uma cortina fina de fumaça pode ser vista no país andino. O fenômeno é perceptível no Peru após duas semanas de queimadas na região.
No Brasil, de acordo com dados do Programa Queimadas, do Inpe, o número de queimadas de janeiro a 18 agosto de aumentou 82% em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram 71.497 focos neste ano, sendo que 13.641 ocorreram no Mato Grosso, 19% do total do país.
A Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas de 2019, segundo os dados do Programa Queimadas.
Chuva preta em SP
Na segunda-feira (19), o céu em São Paulo ficou encoberto por nuvens e o "dia virou noite" a partir das 15h.
O fenômeno estava relacionado à chegada de uma frente fria e de partículas oriundas da fumaça produzida em incêndios florestais.
Análises técnicas feitas por duas universidades mostraram que a água da chuva de cor escura, que caiu naquela noite, contém partículas provenientes de queimadas.
O deslocamento da nuvem de fumaça que chegou até São Paulo foi rastreado por diversos sistemas de monitoramento.
#PrayforAmazon
Diante do atual cenário de queimadas, Taís Araújo, Leonardo DiCaprio, Lewis Hamilton e outras celebridades brasileiras e internacionais usaram as redes sociais para fazer uma campanha pela preservação da Amazônia.