Na tarde desta segunda-feira (24), a defesa irá pedir a anulação da confissão feita pelo Flávio dos Santos. Segundo o advogado Anderson Rollemberg, o depoimento contém "vícios" e o réu pode ter sido coagido a assumir a autoria do crime.
Segundo a Polícia Civil, confessou ter dado seis tiros no padrasto, assassinado no domingo (16).
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"Nós vamos contestar a confissão do Flávio. Aquilo ali não é fidedigno e não retrata a realidade. Não existe confissão. Existe ela formalizada, mas o que tem que ser questionado é se isso é realidade", comentou Rollemberg.
Questionado sobre a existência de um vídeo contendo a confissão do Flávio, onde ele teria afirmado ter dado seis tiros no padrasto, o advogado disse duvidar das condições impostas pelos agentes.
"Em qual condição ele está dizendo isso? Tem tortura psicológica, tortura física. Ele está preso aqui dentro por uma semana. Todos nós tomamos banho. Ele nem banho tomou. Água e alimentação restrita", disse o advogado.
Rollemberg ainda disse que no momento da possível confissão, Flávio não estava acompanhado de um advogado. Segundo a defesa, essa prática pode desqualificar o depoimento.
"Ele falou pra mim que não confessou. Não existe confissão. Esse é um depoimento não fidedigno e inidôneo", disse Rollemberg.
Segundo a Polícia Civil, nesse depoimento, Flávio também disse que o irmão Lucas, outro suspeito pela morte do pastor Anderson, comprou a arma usada no dia do crime. Eles teriam comprado a arma por R$ 8 mil.
Tanto a defesa de Flávio quanto os advogados de Lucas disseram que vão pedir a transferência de seus clientes ainda nesta segunda-feira.
"Aqui é uma delegacia e eles estão presos por mais de uma semana. A prisão deles é provisória e nós vamos exigir a transferência deles hoje. Eles estão em uma condição insalubre. Não estão tendo acesso a material de higiene, nem nada. Esperamos que eles sigam amanhã no máximo (para Benfica). Eles estão em uma situação muito complicada", disse Flávio Crelier, advogado de Lucas.