Aprigio Vilanova* (o Blog segue atualizando, ao longo da noite, com mais trechos da denúncia)
O Ministério Público Federal (MPF), através da força-tarefa da Lava Jato, denunciou, nesta quarta(5), 11 pessoas por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Na denúncia da força-tarefa do MPF na Lava Jato, o ex-governador e candidato ao Senado, Beto Richa, ficou de fora da denúncia.
Na denúncia do MPF, encaminha ao juiz Sérgio Moro, está Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Beto Richa, e o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como “operador” do ex-governador Beto Richa, além de executivos ligados a Odrebecht.
Segundo o MPF, o esquema envolve pagamento de propinas por parte da Odebrecht com a finalidade de obter vantagens em contratos e licitações na exploração e duplicação da PR-323, no valor de R$7,2 bilhões.
Ainda segundo a denúncia, os executivos da Odebrecht procuraram o chefe de gabinete de Beto Richa, a época, Deonilson Roldo, no intuito de afastar concorrentes da empreiteira que pudessem atrapalhar na licitação envolvendo a PR-323.
Roldo garantiu a ajuda para a empreiteira, mas em contrapartida a Odebrecht teria que fazer repasses para a campanha de Beto Richa, em 2014, ao governo do Parana.
Segundo o MPF, "embora os valores tenham sido solicitados como se fossem “ajuda da campanha”, o dinheiro foi usado como contrapartida da venda da função pública e para o enriquecimento pessoal dos agentes públicos".
A DENÚNCIA
O Blog teve acesso aos autos da denuncia encaminhada ao juiz Sérgio Moro. Na denúncia, a força-tarefa do MPF na lava jato, encontrou inúmeras referências ao governador Beto Richa e seus subordinados no esquema de recebimento de propinas.

O esquema envolvendo o recebimento dos pgamentos ilegais contou com a aprticipação de Jorge Atherino, empresário curitibano com estreita ligação com o ex-governador Beto Richa.
O recebimento das propinas pagas pelos executivos da Odebrecht envolveu agentes públicos que despachavam de dentro do Palácio Iguaçú, sede do governo do Paraná, e com relações de extrema confiança do ex-governador tucano.
O MPF apurou e chegou a conclusão que o pagamento envolvendo o esquema na PR323 não foi caso isolado, mas fazia parte de um esquema maior de solicitações sistêmicas envolvendo empresas e o governo de Beto Richa, que não cessaram nem com o advento da Operação Lava Jato..
Os pagamentos das propinas, relativas a Parceria Público e Privada (PPP), foram feitas com entrega dos valores de forma parcelada, conforme apurou o MPF após perícias realizadas nos sistemas do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.
ESQUEMA ANTIGO
A investigação, realizada pelo MPF, indentificou que as relações entre a Odebrecht e Beto Richa teve início em 2008. A época, Beto Richa era candidato a prefeitura de Curitiba e seu coordenador de campanha, Fernando Eugênio Ghignone, solicitou dinheiro por meio de caixa 2.
Os pagamentos estão registrados no sistema MyWebDay, do Setor de Operações Estrutradas, da Obrechet, sob o condinome de 'Brigão', um dos apelidos de Beto Richa.
Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, afirmou que os pagamentos foram realizados para concretizar uma reaproximação com o governo do Paraná interrompida com o perído de Roberto Requião (MDB-PR), a frente do Palácio do Iguaçú.
*Jornalista formado na Universidade Federal de Ouro Preto- MG