Basta ver o movimento ocorrido naAlemanhae naItália, com o recrudescimento do nazismo e do fascismo, ainda que disfarçados, para se concluir que há numa escala mundial a guinada à direita.
Esse movimento se dá - e isso é interessante -, na contramão de tudo o que, até então, caracterizava a disputa política seja em nível nacional ou internacional.
Não há mais o embate patrocinado pela "guerra fria", caraterizada especialmente pelas disputas entre osEstados Unidose a entãoUnião das Repúblicas Socialistas Soviética, mas já é pública e notória a nova geopolítica que se desenha.
E nesse desenho encaixa-se naturalmente o Brasil, mundialmente reconhecido como o celeiro de alimentos para o mundo, dono de um território gigantesco e no qual cabe vários países ao mesmo tempo, e com um litoral onde emerge petróleo de onde ninguém antes imaginava ser possível prospectar.
Nesse particular, não se trata de acidente de percurso a votação obtida peloBolsonaroe a vitória de uma bancada de deputados e senadores na região Sul e Sudeste, e que representam essa guinada mundial rumo à direita.
O crescimento espantoso daChina, com a revisão dos princípios marxistas para adequá-los ao "capitalismo social", tem sido recebido como "ameaça". Na China combinou-se o socialismo, para manutenção da política de estado, com o cooperativismo e o próprio capitalismo - sim, há empresários e banqueiros chineses atuando livremente no mercado e cultuando a mais valia.
O estado chinês apenas regula as atividades privadas, para impedir a exploração brutal da mão-de-obra.
É dentro desse contexto mundial que se deve analisar o que ocorre no Brasil, seja com a eleição doBolsonaroem 2018, seja agora com a tentativa de se reeleger e, também, com essa renovação que trará para oCongresso Nacionalvários neófitos da política, e todos identificados com essa nova realidade internacional.
Sim, é preciso lembrar que a votação obtida peloLula, e que o deixou na dianteira para a disputa no segundo turno, tem a digital do ineditismo, porque o petista nunca atingiu 48 por cento dos votos numa disputa no primeiro turno, sem estar concorrendo à reeleição.