
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma infecção respiratória que afeta de forma intensa os pulmões e pode causar dificuldade para respirar.
Em crianças, ela é considerada grave porque pode evoluir rapidamente e exigir internação hospitalar, até mesmo suporte com oxigênio ou aparelhos para ajudar a respirar.
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A SRAG pode ser causada por vários vírus respiratórios, como:
• Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
• Influenza A e B (gripe)
• Coronavírus (incluindo o SARS-CoV-2)
• Rinovírus, entre outros.
O ano de 2025 acendeu um sinal de alerta para todos nós que cuidamos da infância com carinho e responsabilidade. Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças cresceram de forma preocupante no Brasil, exigindo atenção redobrada das famílias e dos profissionais de saúde.
Segundo dados recentes, mais de 12 mil casos de SRAG foram registrados este ano, com aumento expressivo de hospitalizações entre crianças de 0 a 4 anos. Estados como Santa Catarina, por exemplo, já somam mais de 2 mil casos e dezenas de óbitos relacionados à doença.
Além disso, alguns fatores aumentam o risco de evolução para quadros graves. São eles:
• Idade inferior a 2 anos, especialmente bebês menores de 6 meses;
• Prematuridade;
• Doenças pulmonares crônicas, como a broncodisplasia;
• Cardiopatias congênitas;
• Doenças neurológicas que afetam a respiração;
• Imunossupressão, seja por doenças ou uso de medicamentos;
• Obesidade infantil.
Esses pequenos com condições especiais merecem uma vigilância ainda mais próxima, principalmente em períodos de maior circulação de vírus respiratórios.
Diante desse cenário, a vacinação se torna nossa maior aliada. Mesmo com o fortalecimento das campanhas nacionais, a cobertura vacinal ainda não atingiu as metas ideais para todas as vacinas do calendário infantil. Portanto, é fundamental manter a carteirinha de vacinação dos pequenos sempre atualizada e participar das campanhas de imunização promovidas nas escolas e unidades de saúde.
Sinais de alarme: quando procurar o médico
Aqui, compartilho com você, de mãe para mãe, de cuidadora para cuidador, alguns sinais que merecem atenção imediata:
• Respiração acelerada ou difícil: se você perceber que a criança está puxando o ar com esforço, mexendo as costelinhas ou a barriguinha;
• Batimento das asas do nariz: o nariz abre e fecha rapidamente a cada respiração;
• Rosto pálido ou arroxeado, principalmente nos lábios ou nas pontas dos dedos;
• Sonolência fora do habitual ou dificuldade para acordar;
• Choro contínuo ou gemência que não melhora mesmo no colo;
• Recusa para mamar ou comer, mesmo estando acordada;
• Febre alta persistente, especialmente se associada a dificuldade para respirar.
Esses sinais mostram que o corpo da criança está lutando e precisa de ajuda médica o quanto antes.
Confie na sua intuição! Se algo dentro de você disser que “não está normal”, procure imediatamente um serviço de saúde. A rapidez pode fazer toda a diferença no tratamento e na recuperação dos pequenos.
Protegendo o futuro
Em tempos de aumento de doenças respiratórias, o cuidado vai além do tratamento: prevenir é o maior ato de amor. Garanta que a vacinação esteja em dia, mantenha hábitos de higiene, evite ambientes fechados e aglomerados e esteja atento aos sinais do corpo da sua criança.
Cuidar da saúde é cuidar da infância. E cuidar da infância é construir um futuro mais forte, mais feliz e mais saudável para todos nós.
Com todo o carinho,
Dra. Betina Braga - Especialista em saúde infantil
CRM | SP 266-454
*Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião da Organização Arnon de Mello.