
A Polícia Civil prendeu em flagrante um homem e uma mulher suspeitos de envolvimento no abandono de um recém-nascido encontrado em um terreno baldio. A mulher, de 36 anos, e o homem, de 39, são mãe e padrasto de uma adolescente, de 16 anos, que é suspeita de ser a mãe do recém-nascido. A família mora no terreno ao lado do lote vago onde o bebê foi encontrado.
O caso ocorreu entra essa sexta (18) e sábado (19), em Angelândia, Região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, o bebê, do sexo masculino, estava sendo atacado por cães no momento em que foi encontrado por dois vizinhos, que espantaram os animais e fizeram a denúncia à polícia.
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O recém-nascido chorava muito e já tinha parte da orelha e um dos dois pés amputados. Ele foi encaminhado de helicóptero, em estado grave, ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, onde permanece internado.
Testemunhas disseram à polícia que a mãe e o padrasto da adolescente também viram o bebê chorando no lote vago, na manhã de sábado, mas deixaram o local sem prestar ajuda.
Os vizinhos também contaram à polícia que havia a suspeita de que adolescente estava grávida, mas a família escondia a gravidez. Desde a noite de sexta-feira (18), ouviram choros de bebê na vizinhança.
Após resgatar o bebê, policiais foram à casa da família suspeita, que não estava no local. Segundo os policiais, a casa estava parcialmente aberta e, ao entrarem, encontraram uma toalha com marcas grandes de sangue, no quarto indicado como sendo da adolescente.
A família foi localizada na casa de parentes na zona rural da cidade. Aos policiais, a adolescente, que usava uma cinta, negou que tenha feito um parto. Ela disse que usava a cinta apenas para afinar a cintura. O padrasto e a mãe negaram saber sobre a gravidez da filha.
A adolescente foi encaminhada a uma policlínica para exame. Segundo o laudo médico, ela "apresentava lacerações perineais e saída ativa de sangue". No exame de toque, foi constatado ‘colo de volume aumentado, anterior, com orifício interno e externo dilatados, além de sangue’.
A adolescente foi detida por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio qualificado. Segundo a Polícia Civil, após ser ouvida ela "aguarda decisão do Ministério Público para dirimir sobre sua eventual internação".
A mãe e o padrasto foram encaminhados para prestar depoimentos e estão presos em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio qualificado.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), eles deram entrada neste domingo (20) no presídio de Capelinha e estão à disposição da justiça.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que administra o Hospital João XXIII onde o recém-nascido está internado, não informou o estado de saúde dele.