Há 23 anos, Eunice Baía brilhou nos cinemas ao viver a corajosa indiazinha Tainá, nos filmes “Tainá — Uma Aventura na Amazônia” e depois "Tainá 2- A Aventura Continua", atração do Corujão III da madrugada deste domingo, 15/8.

De arco e flecha na mão, era possível reconhecer um talento natural de gente grande no corpo de uma pequena guerreira protetora das matas e animais nas telonas, e na vida! Grávida de 7 meses de Aruã e mãe de Antonio de 9 anos, a descendente de índios da etnia Baré escolheu o nome do filho em homenagem às suas origens, que luta para honrar: "Sofri muito preconceito quando era pequena, hoje sei me defender."
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Sem estrelismo
"Gosto da minha privacidade. Muita gente ainda me reconhece, muitos vem nas minhas redes sociais dizendo a importância que o filme teve na vida da pessoa. Eu acho muito incrível, me sinto importante de fazer parte de algo que é eterno. Acho impressionante as pessoas quererem saber como estou hoje, 23 anos depois. Acho muito daora. Recebo muitos convites, mas amo a minha liberdade."

Realizada
"Ser designer de moda era um sonho que se tornou realidade. Hoje posso dizer que me encontrei no figurino de teatro. Sou coordenadora de figurino do balé de São Paulo e amo o meu trabalho. Na pandemia paramos e fomos voltando aos poucos com projetos online. Como estou grávida, continuo de casa."

Filho fã
"Antonio ama os filmes. Ele diz ser meu fã número 1 e é muito maravilhoso. Ama dizer para as pessoas que fiz a Tainá, da importância do filme para os bichos e florestas, que as crianças aprendem desde cedo a cuidar e proteger."

Guerreira como Tainá
"Hoje eu vejo o quão corajosa fui lá atrás, tão pequena , e como continuo sendo na cidade de São Paulo. Aqui moro longe da minha família biológica e sinto muita falta, mas vou atrás dos meus sonhos."

Família grande
"Meu desejo era ter muitos, igual minha mãe com 9. Mas sei como são as coisas e a realidade né? Manter uma família é muito pesado, mas satisfatório. Quero três filhos pelo menos. Aruã foi planejado e veio no tempo certinho. É um nome indígena, que quer dizer calmo. É um rio no Pará."
Indígena com muito orgulho
"Não vivi em uma aldeia, não tenho costumes, mas sempre mostro a cultura paraense, as comidas, os lugares para meu filho ter conhecimento de onde vim e de onde a família dele veio. Fazer a Tainá foi muito legal, porque apesar de ter que aprender tudo, estava no sangue. Faço parte de debater sobre os direitos indígenas e luto junto. Quero sempre conhecer parentes e a realidade deles. Sofri muito preconceito quando era pequena, hoje sei me defender. É uma pena ter gente que não veja que somos todos iguais."

