As redes sociais ferveram na última semana com o anúncio de que "Kubanacan" entrará para o catálogo do Globoplay no próximo dia 7. Exibida em 2003, a novela de Carlos Lombardi passou a ser cultuada desde então na internet, com memes (confira abaixo) e comparações com séries como "Lost" e "Dark". Protagonista da trama, Marcos Pasquim diz que a notícia o deixou bastante animado:
"Vários fã-clubes na internet viviam me cobrando para que a novela voltasse, como se eu tivesse alguma influência sobre isso (risos). Eu fiquei muito feliz com a notícia. Foi um dos trabalhos mais importantes da minha carreira e muita gente ainda lembra com carinho. Tenho curiosidade de ver como as novas gerações vão receber a novela. Afinal de contas, já se passaram 17 anos"
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Ele diz que o trabalho foi extenuante, já que a trama teve 227 capítulos, um número acima da média.
"Eu não tinha vida. Eu comia e respirava a novela. Fazia vários personagens. Contracenei com quase todo o elenco da Globo e estava sempre fugindo da polícia, fazendo cenas de ação. Lembro que, com três meses de gravação, eu estava exausto e pedi para o autor me dar um alívio. Quem sabe dar um tiro no personagem e deixá-lo em coma. Foi o que aconteceu: o Esteban foi baleado e entrou em coma. Só que, a partir daí, ele começou a duelar mentalmente com o lado sombrio dele, o Dark Esteban. Então, foram gravações intermináveis num ringue de boxe em que eu lutava comigo mesmo. Ali eu aprendi que devemos tomar muito cuidado ao pedir alguma coisa para o autor da novela -.diverte-se o ator, ressaltando que precisou fazer uma longa preparação para o papel, que incluiu aulas de artes marciais e três dias no exército para aprender a manejar armas", afirmou.
Na época das gravações, Pasquim estava em tratamento contra a agorafobia, um transtorno que provoca crises de ansiedade e pânico. Ele descobriu a doença um ano antes, logo após o fim da minissérie "O quinto dos infernos".
"O transtorno não interferiu no meu desempenho na novela. Como eu já estava fazendo o tratamento e medicado, os sintomas desapareceram completamente. Eu permaneci por uns quatro anos tomando remédios e depois fui desmamando. Hoje, não tenho mais nada, mas fico sempre atento", disse.
O seu trabalho mais recente na televisão foi na novela "O tempo não para" (2018). Atualmente, ele está rodando o longa-metragem "Tração", do diretor André Luis Camargo, que abordará o universo das competições de motocross. Além disso, o ator se prepara para uma peça de teatro ao lado do ator João Camargo. Com relação à TV, Pasquim aguarda um convite. Com diversos personagens descamisados no currículo, ele comenta que não sabe se conseguiria fazer isso hoje em dia:
"Estou com 51 anos. Não dá mais para fazer aquelas cenas todas como eu fazia. Mas, claro, tirar a camisa numa cena específica ou outra ainda dá. Eu cuido da minha saúde, da minha alimentação e do meu sono. Acho que o corpinho ainda aguenta", contou.
O ator é pai de Alice, de 16 anos , com quem diz manter uma relação muito próxima:
"Até o início da pandemia, ela estava morando comigo. Mas a mãe dela se mudou aqui para bem pertinho da minha casa e ela foi para lá. Estamos sempre juntos. Tento ser um pai muito coruja. Por um tempo, ela estudou teatro e pensou em seguir a carreira de atriz, mas agora está mais focada na área de desenho. Ela faz cosplayer", disse Pasquim.
Com a mudança, o ator, que está solteiro, passou a morar sozinho. Durante a quarentena, ele acabou descobrindo um hobby:
"Aprendi a fazer um pouquinho de jardinagem e estou levando esses dias de isolamento como qualquer pessoa, com altos e baixos. Além da minha filha, o meu irmão também me visita muito. Então, nunca estou sozinho", concluiu.