Como já é tradição, logo nos primeiros dias do ano o Rally Dakar dá a largada para o calendário do esporte a motor. Em 2016 será a vez da 38ª edição da maior e mais desafiadora competição off-road do planeta, a oitava consecutiva na América do Sul. Ao todo 556 competidores, em 354 veículos, divididos em quatro categorias (carros, caminhões, motos e quadriciclos) percorrerão os 9.583 km da competição. O primeiro estágio da prova está marcado para domingo, em Buenos Aires, Argentina. Mas já neste sábado será realizado um "Prólogo" que definirá a ordem de largada. A chegada está marcada para dia 16, na cidade argentina de Rosário. Dentre as atrações desta edição estão o percurso inédito, a presença de dez brasileiros, e um "Dream Team" formado pela Peugeot.Confira:
ROTA
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Com a recusa do Chile e a desistência do Peru, ambos por questões financeiras, a organização do Dakar precisou alterar a roda planejada. A largada, que a princípio seria em Lima, voltou a ser em Buenos Aires. Com isso, apenas Argentina e Bolívia serão palcos do evento. Apesar da saída do desafiador deserto do Atacama, o trajeto promete dificuldades aos pilotos, com destaque para as montanhas e altiplanos da fronteira entre os dois países.
ESQUADRÃO BRASILEIRO
Dez brasileiros formarão uma das maiores delegações do país nos últimos anos. Nas motos, um único representante: hexa do Rally dos Serteões, o paulista Jean Azevedo (41 anos) irá para ser 18º Dakar. Nos carros, outros velhos conhecidos da competição, os experientes Guilherme Spinelli e Youssef Haddad, multicampeões dos Sertões, formam uma das três duplas verde e amarelas. As outras duas são: João Franciosi e Gustavo Gugelmim, e os estreantes Jorge Wagenfuhr e Joel Kravtchenko. Nos UTVs (subdivisão da categoria carros), Leandro Torres debutará ao lado do experiente navegador Lourival Roldan. Nos quadricilos, o Brasil contará com o maranhense Marcelo Merdeiros, bicampeão dos sertões.
"DREAM TEAM"
A montadora francesa Peugeot montou um verdadeiro ?Dream Team? para tentar acabar com um jejum de títulos que dura desde 1990. Seus pilotos nos carros serão: os franceses Sebastien Loeb (nove vezes campeão mundial de rali), Stéphane Peterhansel (11 vezes vencedor do Dakar, entre carros e motos), Cyril Despres (5 vezes vencedor do Dakar nas motos), Romain Dumas (duas vezes vencedor das 24 Horas de Le Mans) e o espanhol Carlos Sainz (bicampeão mundial, vencedor do Dakar e pai do piloto de F-1 Carlos Sainz Jr.). Seus principais rivais serão os vencedores das últimas decisões: o Príncipe do Catar, Nasser Al-Attiyah, e o espanhol Nani Roma, ambos da Mini.
ESTADO DE ALERTA
Além dos desafios tradicionais, o clima pode ser mais um grande obstáculo para os pilotos e navegadores do Dakar. Nos últimos dias, chuvas fortes provocaram inundações em partes da Argentina, Uruguai, Paraguai e sul do Brasil. Mais de 150 mil pessoas ficaram desalojadas e quatro mortos já foram confirmados. Para piorar, o Instituto Nacional de Água (INA) afirmou que a previsão é de chuva intensa na região para o dia 2 de janeiro.
MORTES ASSOMBRAM
Uma competição com tantos desafios também guarda muitos perigos. E neste ano o Dakar busca quebrar um amargo tabu. Nos últimos quatro anos ocorreram acidentes com vítimas fatais. Ao longo das 37 edições já realizadas, 28 competidores perderam suas vidas durante a prova. No ano passado, o polonês Michael Hernik morreu aos 39 anos em acidente de moto no trecho entre San Juan e Chilecito, na Argentina.