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Alagoana cria projeto para dar suporte a mãe de recém-nascidos em Maceió

Além do suporte com os cuidados e a saúde do bebê, equipe oferece colo e carinho para as mamães

A vida ganha outras formas. Primeiro é o corpo que muda, são quilinhos a mais, as roupas que já não servem como antes, tudo isso acompanhado de ciclos de enjoos, desejos, sono, alterações hormonais. A rotina vai se adaptando e tudo começa a ser preparado para a chegada do bebê. Mas não existe uma receita de bolo e a chegada do recém-nascido traz sempre algumas dúvidas, uma nova fase de adaptação e uma pitada de insegurança. Com o objetivo de oferecer colo, carinho e orientação para as mães - seja de primeira viagem ou não -, a técnica em enfermagem, Nydia de Paula decidiu criar o grupo 'A Semente'.

"Percebi que diversas mães sentiam necessidade de saber mais sobre os cuidados e as necessidades dos bebês. Cada criança é uma criança e as mães precisam saber como vão se adaptar a esse bebê, tanto no meio psicológico quanto no nutricional", explica a idealizadora do projeto pioneiro em Alagoas.

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O grupo é composto por 12 técnicos de enfermagem e conta também com o apoio de uma psicóloga, um obstetra e uma nutricionista. Os serviços oferecidos ajudam as mamães a entender o universo dos recém-nascidos e viver cada etapa de uma maneira mais clara. Amamentação, limpezas, o significado de cada choro e jeito de pegar o bebê estão entre as mais frequentes dúvidas.

Nydia esclarece que toda criança é diferente, havendo uma necessidade de analisar primeiro o comportamento dela para, só então, orientar as mães e a família. Respeitando sempre cada bebê, um jeito certo de lidar e abordar. O atendimento é definido por meio de contrato com a família antes do parto. O tempo de serviço vai de acordo com a necessidade da mãe e do bebê e o valor cobrado é por diária.

"A mãe conhece o projeto, geralmente por rede social ou indicação e, apresentamos a proposta e o contrato", explica Nydia, reforçando que durante todo o processo, o objetivo é esclarecer as dúvidas e trazer segurança para que a mãe siga os cuidados com o seu bebê de forma independente.

Mãe de três filhos, Nydia conta que também teve dúvidas sobre os primeiros cuidados e sentiu falta de um apoio como esse. Trabalhando há 17 anos na área materno-infantil, a técnica de enfermagem está cursando Enfermagem e diz não se ver em outra profissão. "Me chamam de encantadora de bebês. Eu nasci pra isso, me sinto útil. Amo o que faço", pontua com orgulho.


			
				Alagoana cria projeto para dar suporte a mãe de recém-nascidos em Maceió
FOTO: Arquivo Pessoal / Cecília Tavares

A descoberta de um novo mundo

A mamãe Cecília Tavares conta que a gravidez e o parto, uma cesárea, foram tranquilos, mas o pequeno Bento, com 4 meses, não estava muito interessado em dormir a noite. "Quando o Bento nasceu, no hospital, era uma maravilha, dormia direitinho, com a ajuda das enfermeiras de lá. Mas quando chegou em casa, meu bebê não dormia e eu comecei a ficar desesperada. Ele dormia durante o dia e passava a noite toda chorando", relembra.

Preocupada que existisse alguma coisa errada e que tivesse com algum problema com a amamentação, Cecília decidiu buscar ajuda e procurou um conselho com uma pediatra.

"A tia do meu marido é pediatra e me indicou a enfermeira Magdala Lyra para uma consultoria com a amamentação. Mas ela não dorme, ela vai até a casa da pessoa, vê como está o neném, ensina algumas coisas com relação à limpeza do coto umbilical a pega correta. Então ela me indicou a Nydia, explicando que ela tem uma equipe, com plantões noturnos e que dorme com o neném", conta.

Foi assim que a mamãe do Bento conheceu o grupo A Semente. Ela entrou em contato com a Nydia e, já no primeiro momento, solicitou os plantões noturnos, das 19h às 7h do dia seguinte. As enfermeiras, explicou Cecília, pegavam o Bento e, se preciso, já davam o banho.

"Elas ficavam comigo durante a amamentação, explicavam a pega ideal, de quanto em quanto tempo ele tinha que mamar, como a gente deveria fazer com relação à limpeza do umbigo. Além disso, explicavam sobre o banho e tudo com relação à higienização do neném. Durante a madrugada, elas ficam com o neném, só me chamavam para amamentar e a parte de troca de fralda, de colocar para arrotar, de acompanhar a noite é com elas", conta.

Para os primeiros 30 dias, todo esse apoio foi fundamental para Cecília. "Todo o suporte das meninas foi muito importante nos primeiros dias, que é quando você está mais cansada. Eu estava realmente muito cansada. O Bento não é o meu primeiro filho, tenho um menino de 6 anos e um enteado também com 6 anos. E tem que ter  atenção. Com um neném muito pequeno, tem que está o tempo todo com ele e quando chegava a noite, estava muito cansada. Então foi fundamental para mim".


			
				Alagoana cria projeto para dar suporte a mãe de recém-nascidos em Maceió
FOTO: Arquivo Pessoal / Cecília Tavares

Apoio emocional

Com todo o apoio da equipe A Semente, Cecília conta que o suporte não supriu apenas o cansaço físico, mas ajudou muito o emocional. A Nydia, segundo a mamãe, conversava sempre para saber como ela estava. "Nos primeiros dias, a gente fica muito sensível. Tem a questão do risco de depressão pós-parto e a mãe, quando o bebê nasce, tem uma confusão hormonal. Então é muito importante a gente ter esse cuidado de uma pessoa que está de fora, que pergunta como você esta. Porque, às vezes, a gente fica com aquela sensação, que só perguntam pelo neném. Mas é importante perguntar pela mãe", destaca.

Segundo Cecília, o suporte todo com relação a logística do neném, com as trocas de fralda, com as orientações com a amamentação e com a higiene é extremamente importante, mas o emocional a mãe é essencial.

"Você fica com toda a atenção voltada para o neném, fica muito chorosa, muito sensível. E no meu caso, ainda tinha duas crianças para dá conta em casa, que também estavam demandando atenção, por conta da chegada do novo irmãozinho. Foi fundamental para mim a ajuda delas", explica.

A psicóloga parceira do projeto, Christiane Cruz, explica que no momento do nascimento, nasce um bebê e uma mãe. Segundo ela, a mulher possui 40 dias de puerpério e, em seguida, são 90 dias para o retorno orgânico, mas não há tempo preciso para o psicológico. Durante esse período, de acordo com a especialista, a mulher vivencia momentos de dúvidas intensas, como se irá poder manter seu bebê alimentado e vivo.

"É no puerpério que a mulher se organiza psiquicamente como mãe, onde compreende que o bebê depende e demanda de cuidados contínuos. Além disso, sua rotina fica alterada", coloca a psicóloga, que salienta a importância de uma rede de apoio.

Segundo ela, o atendimento domiciliar psicológico, a escuta e o acolhimento diferenciado, indo ao encontro dessa mãe sem a necessidade de deslocamento ou ficar longe do bebê, traz uma segurança para a mulher nesse novo momento da vida feminina, quando ela se depara com mudanças orgânicas, corporais, psicológicas e culturais, que evidenciam anseios, insegurança e angústia.

"O trabalho do A Semente é inovador, levando para essa mulher apoio e auxílio para desenvolver os cuidados com seu bebê de forma segura e saudável psiquicamente", afirmou. Ainda de acordo com a especialista, experiências negativas no pós-parto podem chegar a situações patológicas como a depressão pós-parto, considerada pela Christiane como uma doença devastadora e paralisante.

"A intervenção psicológica e o pré-natal psicológico visam prevenir o adoecimento e criar um espaço seguro, buscando conter as angústias e reforçando o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê. Além disso, ajuda essa mulher a desenvolver habilidades para a nova jornada, retorno ao trabalho, vida social e cuidados com sua saúde", explicou.

Para Cecília, o acompanhamento foi tão importante que acabou estendendo o contrato, que no primeiro momento era para os primeiros 30 dias. "Mas gostamos tanto que acabamos deixando para quase seis meses. A Nydia começou lá em casa, mas como ela tem outros compromissos, acabou mandando mais duas enfermeiras, a Rosa e Aline, que ficam se revezando".


			
				Alagoana cria projeto para dar suporte a mãe de recém-nascidos em Maceió
FOTO: Arquivo Pessoal / Cecília Tavares

Benefícios

A mamãe Cecília destaca que os benefícios do serviço A Semente são muitos. "Ajuda a regular o sono do neném, porque todo recém-nascido tem o sono difícil. Ajuda com a limpeza do umbigo, com as crises de cólica, gases, além da orientação de como achar a melhor posição dentro do berço, como fazer o ninho, como deixar o bebê mais aconchegado. Os benefícios são inúmeros".

Para ela, com o suporte das enfermeiras, além de conseguir dormir e descansar, ela consegue sair com os filhos mais velhos e até fazer uma programação com o marido. "Eu diria até que a gente fica mal acostumada, porque a ideia é que com recém-nascido ou com bebê pequeno, a gente não dorme, mas eu tenho conseguido dormir graças à ajuda delas".

Vínculo

Cecília conta que agora, que o período do contrato está chegando ao fim, a família já está pensando o quanto vai sentir falta. "Acho que eu e o Bento, aliás, a minha família toda, vai sentir muita falta. A gente se adaptou muito bem a presença delas em casa, foi muito tranquila. Eu não tenho palavras para dizer o quanto elas foram importantes para mim, para o Bento e para os meus filhos. Eles gostam muito delas, elas criam um vínculo com as crianças e com os bebês e a gente cria um vínculo com toda a família. Foi um serviço que superou as minhas expectativas".

Mamãe de primeira viagem

A empresária Lucia Bastos, mamãe da Isabela, de 5 meses, conta que conheceu A Semente através de uma amiga e o primeiro contato foi ainda na gestão. "Eu não tinha experiência com bebês. Foi muito importante, principalmente, porque as noites do primeiro mês são muito exaustivas. Acredito que os benefícios são mais psicológicos do que físicos, pois a mãe de um recém-nascido, por mais que tenha ajuda, é a pessoa que mais precisa estar com o bebê", destaca.

Para ela, o acompanhamento trouxe segurança e a tranquilidade de ter alguém preparado para ensinar os cuidados necessários para o recém-nascido. "Quando chegamos em casa, ela cuidou de furar a orelhinha, me ensinou todos os cuidados que um recém-nascido precisa receber. Além de, me ensinar também os primeiros socorros caso a minha bebê engasgasse, por exemplo", relembra.

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