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Deficientes superam limitações e conquistam espaço na construção civil

Trabalhadores quebram preconceitos com bom desempenho profissional

A inclusão de pessoas com deficiências em empregos ligados à construção civil traz um pouco de receio e de preconceito. Mas, apenas para aquelas pessoas que não possuem conhecimento algum sobre o trabalho executado por elas. São trabalhadores que exercem suas atividades, superando limitações e mostrando à sociedade de que são capazes.

AGazeta de Alagoasvisitou um canteiro de obras no bairro São Jorge, onde uma construtora possui, apenas nesta construção, quatro empregados com deficiência.

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Lei Federal

A coordenadora do setor de Recursos Humanos da Construtora Telesil, Simone Parísio, explicou que, devido à uma Lei Federal, as empresas que possuem a partir de 100 funcionários, devem ter em seu quadro de colaboradores uma determinada porcentagem de pessoas com deficiência física. Mas que, segundo ela, as construtoras já ultrapassaram a cota determinada por lei, devido à qualidade profissional de cada um.

"Cumprimos o que determina a lei, mas felizmente possuímos bons profissionais no mercado e, chegamos às vezes a ultrapassar a cota, porque não podemos ficar sem essas pessoas conosco. Temos alguns que estão conosco há quase 10 anos e a cada nova obra, nós o encaminhamos. Assim como também possuímos em nosso setor administrativo", explicou Simone.

Ela ainda ressaltou que a empresa se encarrega de executar ações sociais com os funcionários e familiares, a fim de evitar preconceitos e promover a união entre eles.

Oportunidades


			
				Deficientes superam limitações e conquistam espaço na construção civil
FOTO: Aílton Cruz

A jovem engenheira Pâmela Gusmão, de 25 anos, trabalha como auxiliar-Técnico de Engenharia na construtora e foi diagnosticada com dislexia, que é um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração.

Essas dificuldades normalmente resultam de um deficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas.

Pâmela trabalha na empresa há 5 anos, mas ingressou por meio de estágio e há 2 anos, após se formar, ela passou a fazer parte da cota, mas ela ressalta que sua contratação aconteceu pelo seu trabalho e não por conta de lei.

"Entrei aqui como estagiária e só fui fazer parte da cota porque a empresa estava necessitando contratar pessoas, então me ofereci a fazer parte, mas nunca, em nenhum momento, fui tratada como deficiente. Minha dislexia nunca atrapalhou minhas atividades na empresa", contou.

Pâmela atua na área administrativa da Telesil e que uma de suas funções é no "pós-obra", que é administrar os empreendimentos da construtora durante o período de garantia após a construção ser entregue aos moradores.

"Realizo visitas nas obras que foram recentemente inauguradas para fiscalizar se há a necessidade de algum reparo, mas também acompanho as engenheiras nas obras", concluiu.

Mão na massa


			
				Deficientes superam limitações e conquistam espaço na construção civil
FOTO: Aílton Cruz

Já na área "pesada" da construção, onde as atividades poderiam impossibilitar de que os operários realizassem atividades devido às "limitações", três deles mostram que é justamente o contrário. Que são, com o perdão do jargão, "pau para toda obra".

O pedreiro Paulo Lopes Silva, de 51 anos, teve paralisia infantil quando tinha 6 meses e o movimento de uma de suas pernas ficou comprometido.

Ele ressalta que a deficiência física não o impede de realizar as atividades na obra e que sempre buscou repassar para os seus 7 filhos, que as dificuldades encontradas não podem ser pretexto para desistirem de um objetivo.

"Isso [a defidiência] nunca me impediu de realizar nenhum trabalho. Sempre trabalhei e estou aqui há dois anos. Sempre fui bem tratado e não há trabalho aqui que eu não consiga fazer. A não ser aqueles específicos que eu não tenho capacitação pra fazer", contou.

Junto com Paulo Lopes, trabalha o servente José Arlindo, de 27 anos, que possui apenas 10% da audição. Através de gestos, leitura labial e escrevendo, ele consegue se comunicar com os colegas e trabalhar sem problemas.

Arlindo contou que perdeu grande parte da audição aos 12 anos quando sofreu uma queda em casa. A deficiência auditiva o prejudicou nos estudos, mas ele sempre trabalhou com construção civil. Seja carregando tijolos, o carrinho com cimento, e construindo fossas, ele sempre está à disposição para ajudar.

Mercado se expande para o trabalhador com deficiência


			
				Deficientes superam limitações e conquistam espaço na construção civil
FOTO: Aílton Cruz

Literalmente nas alturas trabalha o operador de grua, José Otacílio da Silva, de 39 anos. Ele perdeu o dedo indicador da mão direita em um acidente automobilístico, quando um ônibus em que eles estava perdeu o controle e capotou.

Na época, ele trabalha em uma usina no Mato Grosso do Sul e foi demitido devido à sua perda. Ao retornar para Alagoas, ele sempre atuou fazendo bicos em obras, mas foi há 7 anos que ele foi contratado na construtora.

Otacílio contou que começou trabalhando como servente e foi alcançando cargos mais importantes nas obras. Ele afirmou que ficou triste ao ser demitido da Usina devido à sua deficiência, mas que em Alagoas sempre encontrou as portas abertas.

"Depois que voltei fazia uns trabalhos aqui e ali, ganhava um bom dinheiro, mas não era nada certo. Felizmente surgiu a oportunidade de trabalhar aqui na empresa e estou há 7 anos. Tenho minha carteira assinada e todos os benefícios que tenho direito", destacou.

Crescimento


			
				Deficientes superam limitações e conquistam espaço na construção civil
FOTO: Divulgação

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Alfredo Brêda, afirmou que em Alagoas existem cerca de 120 construtoras consolidadas no mercado e que atendem as especificações da cota para deficientes físicos. Ele destacou que hoje em dia há muitas pessoas com deficiência mais bem capacitadas que as demais e que o mercado de trabalho para elas está em expansão.

"Hoje não existe distinção entre quem tem uma deficiência ou não. Todos são tratados igualitariamente e a lei veio para nos beneficiar. Temos muitos meios de capacitação e que eles estão aproveitando cada oportunidade", disse.

Alfredo afirmou ainda que em sua construtora possui uma pessoa com deficiência que trabalha com ele há 13 anos e que sempre executou o trabalho com qualidade, sem que as limitações interferissem no resultado do desempenho.

Por fim, Brêda ressaltou que o setor da construção civil está voltando a crescer no Brasil e que nos próximos anos a tendência é aumentar e as vagas de trabalho também. Para não perderem as oportunidades, ele orienta que as pessoas desempregadas (com deficiência ou não) devem procurar o Sistema Nacional de Emprego (Sine) tanto do Estado, quanto o do Município para se cadastrarem.

As empresas buscam os Sines para captarem candidatos que se enquadrem no perfil que a empresa está necessitada. Para os com deficiência, eles buscam também a Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal) que fazem indicações, como também outras entidades.

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