O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) pediu à Justiça do DF a desmobilização de um acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em Brasília. O órgão equipara o grupo a uma "milícia armada" e pede ainda a "proibição total, ainda que por tempo determinado, das manifestações públicas com aglomeração de pessoas".
Na ação, o MP solicita a concessão de uma liminar que determine o fim do acampamento, assim como a realização de movimento similar em outras regiões do país. Pede ainda a realização de revista e busca e apreensão nos participantes, "visando a encontrar e apreender armas de fogo em situação irregular ou cujos possuidores não possuam autorização legal para o porte".
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O Ministério Público pede também que o governo do DF use as forças de segurança para impedir atos com aglomerações e a abertura de processo criminal contra quem descumprir a norma. O processo vai ser analisado pela 7ª Vara de Fazenda Pública do DF.
Acionado pela reportagem, o GDF não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.
Acampamento
O acampamento teve início no dia 1º de maio e, segundo o Ministério Público, foi organizado por meio das redes sociais.
O MP cita uma reportagem da BBC Brasil em que uma das organizadoras do acampamento, Sara Winter, reconhece a existência de armas no ato. "De acordo com a reportagem, a ré afirmara que o armamento se prestaria à 'proteção dos próprios membros do acampamento'", diz o Ministério Público.
Representantes dos partidos PT, PSol, PSB, Rede e PV já haviam acionado o MP para pedir que fosse proibida a realização de "manifestações que atentem contra a saúde pública, o regime democrático e o princípio da separação de poderes; bem como a instalação e funcionamento do acampamento [...]".
O órgão afirma que também recomendou à Secretaria de Segurança Pública do DF que acompanhasse as manifestações realizadas na capital e orientasse os organizadores a respeitarem as regras de isolamento social determinadas pelo governo local.