"Bolsonaro está arrastando as Forças Militares do Brasil para um conflito armado contra a Venezuela, ao amparar um grupo de terroristas que atacou um quartel militar venezuelano", disse Maduro à imprensa internacional.
O chefe de Estado se referia ao assalto de militares desertores contra um destacamento da Força Armada venezuelana no estado Bolívar (sul, na fronteira com o Brasil) em 22 de dezembro. Na ocasião, um agente morreu e fuzis e lançadores de foguetes foram roubados. Seis militares foram presos e cinco pediram refúgio no Brasil.
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Maduro afirmou que Bolsonaro, a quem tachou de "fascista", "está por trás das ameaças terroristas contra a Venezuela, embora os militares brasileiros não se prestem a isso". Segundo ele, "há terroristas no território brasileiro preparando ataques e incursões militares contra a Venezuela". Diante desse contexto, o líder venezuelano afirmou que seu país "tem o direito de se preparar", justificando assim as manobras previstas para este fim de semana.
Segundo o venezuelano, 2,3 milhões de combatentes da Força Armada Bolivariana e da Milícia - corpo civil que atualmente integra a estrutura militar - serão mobilizados no "exercício Escudo Bolivariano 2020". "Estamos mobilizando todos os sistemas de mísseis terra-ar, terra a terra, os sistemas de foguete, todas as formas de defesa antiaérea, aérea, terrestre, em todo o território nacional, para nos prepararmos, para defender o direito à paz, à integridade territorial", detalhou.
O Brasil é um dos 50 países que consideram ilegítimo o segundo mandato de Maduro e reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente nterino autoproclamado.
Recado para Trump
Maduro também mandou um recado para o presidente norte-americano, Donald Trump. O líder chavista reiterou seu pedido para o chefe da Casa Branca não se deixar "enganar" por "falcões" e pela oposição venezuelana. A mensagem é enviada dias depois de o presidente dos Estados Unidos ter recebido Guaidó com honras de chefe de Estado e ter prometido "esmagar a tirania" de Maduro.
A reunião com Trump foi o ponto máximo de um giro internacional de Guaidó, que deixou o país burlando uma proibição judicial. "No dia em que os tribunais da República derem ordem de prender Juan Guaidó por todos os crimes que cometeu, ele irá para a prisão. Este dia não chegou, mas chegará", alertou Maduro.