A Defesa Civil Estadual vai receber, na próxima semana, um equipamento capaz de medir a intensidade de abalos sísmicos. O objetivo é verificar o nível dos tremores registrados no início do mês de março, em Maceió.
De acordo com o coordenador do órgão, major Moisés Melo, o sismógrafo vem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e será instalado na sede da Defesa Civil já na segunda-feira (23).
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"É uma novidade porque contaremos com mais um recurso capaz de auxiliar a equipe técnica designada para investigar a causa desse fenômeno. Não o conheço a fundo, mas sabemos que este equipamento pode fornecer o grau de intensidade dos abalos, trazendo informações diversas acerca do episódio que assustou a população maceioense", comentou o major, acrescentando, contudo, que o sismógrafo não seria capaz de prever um possível novo abalo.
A vinda do equipamento é fruto de uma solicitação feita pela Defesa Civil durante audiência pública na Câmara de Vereadores de Maceió.
Já na manhã desta sexta-feira (20), houve uma reunião - a portas fechadas - entre representantes da Defesa Civil (Estadual e Municipal) e técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. No encontro, ocorrido na sede da Prefeitura de Maceió, em Jaraguá, definiu-se que representantes dos três entes federativos vão atuar conjuntamento na busca por explicações ao fenômeno que causou estragos na parte alta da capital - o bairro mais afetado foi o do Pinheiro.
Na oportunidade, o coordenador do Laboratório de Análises Estratigráficas (LAE) do Departamento de Geologia da UFRN, professor Francisco Pinheiro, ressaltou que esta integração será fundamental no sentido de se buscar um resultado conclusivo, em razão da raridade do episódio no Brasil.
"Fenômenos como este não são comuns. É preciso um estudo bastante aprofundado, que se dá por meio dessa junção de esforços e conhecimentos dos entes públicos e da iniciativa privada. A partir daí, a médio ou longo prazo, é que poderemos alcançar respostas precisas, além de definir as intervenções necessárias", disse o especialista, destacando que nenhum município brasileiro dispõe de estrutura capaz de diagnosticar as causas de eventos como o registrado em Maceió.
REFORÇO
E para tentar esclarecer as dúvidas que ainda pairam sobre as causas dos tremores, quatro técnicos da UFRN desembarcaram nessa quinta-feira em Maceió. Todos são geólogos e o trabalho por eles realizado também deve apontar as possíveis soluções para as rachaduras que surgiram após o registro de fortes chuvas na capital alagoana, seguidas dos tremores do mês de março.
Contudo, segundo o coordenador da Defesa Municipal, Dinário Lemos, não há prazo para a conclusão do estudo pelos especialistas.