Um galpão com estrutura precarizada tem preocupado os moradores do assentamento Paulo Freire, conhecido como Serrana, na zona rural do município de Joaquim Gomes, na Zona da Mata de Alagoas. O problema maior é que o espaço está sendo utilizado para o ensino das crianças que vivem na localidade, mesmo sob o risco de um incidente acontecer.
No povoado não há escola rural construída pelo poder público e a população local cobra da prefeitura uma atenção maior para evitar uma tragédia e, com isso, garantir a educação dos pequenos.
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Vídeos e fotos encaminhados àGazetawebmostram que o prédio parece estar abandonado. Por fora, a vegetação cresceu e pode ser morada de insetos e animais peçonhentos. As paredes apresentam infiltrações e inúmeras rachaduras. Quem vive no assentamento conta que espera há 12 anos uma providência.
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O vendedor Antônio José da Silva gravou as imagens e afirma que decidiu denunciar a situação para tentar ajudar os amigos que moram no Paulo Freire. Segundo ele, os habitantes de lá temem que as paredes do galpão desabem sobre as crianças durante as aulas. A estrada que dá acesso ao local também não foi pavimentada e, quando chove, crateras enormes se abrem, inviabilizando o acesso com veículos.
Segundo o vendedor, a liderança do assentamento já tentou inúmeras vezes um entendimento com a prefeitura de Joaquim Gomes para que o prédio e a estrada fossem revitalizados, mas, até agora, somente promessas são feitas. Foi neste trecho mais próximo que um pau de arara (veículo utilizado para o transporte precário de pessoas) se envolveu em um acidente com estudantes da região.
"O prédio foi liberado pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] para que as crianças estudassem, já que não havia outro local para o ensino. Quando chove, molha tudo. A merendeira de lá conta que, às vezes, tem medo de as paredes caírem, pois estão rachadas", relata o denunciante. De acordo com ele, o galpão não pertence à prefeitura e foi erguido pelos moradores do próprio assentamento.
Prefeitura diz que trabalha para revitalizar escolas
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa informou que a prefeitura de Joaquim Gomes tem em conta cerca de R$ 23 milhões do Fundef [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério], mas só 40% pode ser utilizado na Educação. Os outros 60% vão ser destinados aos professores. E esta divisão segue um parâmetro judicial.
O Município informou que já começou a reformar escolas maiores, que atendem grande parte dos estudantes. E prometeu que, após estas obras, as unidades de duas ou quatro salas da zona rural também serão revitalizadas.
Quanto às estradas, esclareceu que o período chuvoso é danoso à pavimentação, mas garantiu que a Secretaria de Agricultura, por meio do setor de infraestrutura, já está providenciando reparo nos trechos mais afetados.