
A mãe da jovem Roberta Dias, Mônica Costa Reis, falou sobre como se sente em relação a sentença dos réus que foram julgados durante três dias, no Fórum de Penedo, região do Baixo São Francisco de Alagoas.
Os dois réus foram condenados, no final da noite dessa sexta-feira (24), pela morte da jovem de 18 anos, que estava grávida de três meses. Karlo Bruno Pereira teve pena de 15 anos de prisão em regime fechado. Já Mary Jane Araújo Santos, ex-sogra da vítima, de um ano e 10 meses, a ser cumprida em regime aberto.
Leia também
Em um vídeo divulgado neste sábado (26), Mônica diz que saiu do fórum com a sensação de missão cumprida, mas disse que esperava mais. “A justiça foi feita pela metade”, disse ela com relação a pena dos dois condenados. “Ninguém saiu de lá vencedor… todos nós perdemos.”
Ela disse que fez sua parte e a sociedade também. “O Karlos Bruno vai para o presídio, vai passar pouco tempo e daqui a uns dias volta. A Mary Jane vai responder em liberdade. E a Roberta foi para nunca mais voltar”, diz.
Segundo o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), representado pelo promotor de Justiça Sitael Jones Lemos, os réus foram responsabilizados por homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiro, ocultação de cadáver e corrupção de menores. No entanto, no caso de Karlo Bruno, os crimes de ocultação e corrupção foram considerados prescritos por ele ter menos de 21 anos à época do crime.
O crime foi motivado pela não aceitação da gravidez por parte do pai da criança e namorado da jovem, Saullo de Thasso Araújo dos Santos, filho de Mary Jane. Roberta foi levada até uma rua próxima a um posto de saúde e morta por asfixia com um fio automotivo. O corpo foi enterrado na Praia do Pontal do Peba, no município de Piaçabuçu.
A ossada da jovem foi localizada apenas nove anos depois, após a mãe da vítima iniciar buscas no local. Ela encontrou parte dos restos mortais com o auxílio de uma retroescavadeira e acionou a polícia, que confirmou a identidade por exame pericial.
Durante o julgamento, oito testemunhas foram ouvidas. Saullo, inicialmente negando envolvimento, confessou o crime no tribunal, apontando Karlo Bruno como cúmplice. Mary Jane afirmou não ter conhecimento do plano.