"Estou sentada no banco dos réus por um motivo fútil". A declaração é de Mirella Granconato, acusada de mandar matar a estudante Giovanna Tenório. Ela senta no banco dos réus nesta quarta-feira (11), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, onde é julgada pelo crime cometido em 2011.
O júri é conduzido pelo titular da 8ª vara Criminal da Capital, juiz John Silas, que a questionou, por exemplo, sobre a motivação do assassinato pelo qual cumpria prisão domiciliar, sendo monitorada por meio de tornozeleira eletrônica.
Leia também
Enquanto a acusação defende a tese de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver, a defesa alega a inexistência de elementos que liguem a acusada ao homicídio. Foi com base neste argumento que Mirella negou as acusações e afirmou que havia encaminhado as mensagens ameaçadoras para Giovanna, por meio de seu telefone celular, "por desespero".
"Foi uma infantilidade, uma decisão no calor do momento. No dia do desaparecimento eu estava trabalhando, acompanhada de clientes. De inicio, eu não conhecia Giovanna, mas, posteriormente, tive desavenças com ela. Mas eu só soube que ela foi morta pela mídia", disse Mirella.
Questionada sobre o suposto envolvimento do ex-marido de Mirella, Tony Bandeira, no crime, ela afirmou não ter conhecimento de qualquer relação do empresário com a morte de Giovanna. Contudo, assegurou que, se soubesse, já teria contado algo em depoimento. "Apesar de ter mantido um relacionamento com o Tony, fui vítima e abri processos contra ele com base na Lei Maria da Penha. Tive problemas com o Tony e ele não demonstrou nenhuma solidariedade comigo", afirmou.
Ainda em seu depoimento, Mirella também afirmou não conhecer o caminhoneiro Luiz Alberto Bernadino da Silva, condenado como autor material do assassinato, mas admitiu ter trocado agressões físicas com Giovanna, durante desentendimento numa casa de shows do bairro Ponta Verde, em Maceió. "Ela sempre ligava para ele e aquilo era algo que incomodava", disse.
Por fim, a acusada reforçou sua inocência e afirmou que seu desejo "é que se encontre a verdade". "Eu quero ir para casa. Espero ir para casa. Mais do que ninguém aqui, quero a verdade para voltar para casa, acompanhada da minha família, para não sermos humilhados. Quero aliviar a dor no meu coração. Sou inocente e quero que a verdade prevaleça", emendou Mirella.
