O fim do ano se aproxima e, com ele, o pagamento do 13º salário e o aquecimento das vendas no comércio de Maceió. A consequência negativa disso é o aumento da criminalidade no Centro, mas, na contramão dessa realidade, vem à tona o reforço das Polícias Militar (PM) e Civil (PC) no entorno das lojas. E tamanha contribuição ganha vez e voz por meio de um moderno sistema de segurança voltado a 12 câmeras que farão a varredura de prevenção e combate à violência.
Os pequenos furtos são as maiores ocorrências criminosas na região e o novo modelo de segurança tem como alvos os corredores de ônibus e as famosas "saidinhas de banco". Esse novo cenário passou a ser realidade desde essa sexta-feira (1º) e segue, pelo menos, até o dia 31 deste mês.
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São 80 policiais militares - por dia - circulando entre as ruas do comércio e 12 câmeras de segurança espalhadas pelas ruas do Centro, com reprodução na cabine móvel e na Central de videomonitoramento da Secretaria de Segurança Pública (SSP). A Polícia Civil, por sua vez, disponibilizou uma viatura para a confecção de Boletim de Ocorrência (BO) em pleno calçadão do comércio.
AGazetawebesteve no primeiro dia de confecção dos boletins quando, apenas, no período da manhã, foram realizados quatro registros de ocorrência e, três deles, motivados por roubos no comércio.
Leandro Ítalo, que, logo no primeiro dia de funcionamento, estava confeccionando um BO no atendimento móvel da Polícia Civil, expressou a sua satisfação com o novo sistema de segurança. "Perdi meus documentos, precisei registrar a perda e, ao chegar aqui, em menos de um minuto, já fui atendido. É muito importante essa melhoria na segurança, pois, de fato, inibe ações de infratores e nos dá mais segurança", contou ele.
"A nossa maior preocupação é devido à grande rotatividade de dinheiro no final de ano. Então, estamos dando bastante atenção ao corredor bancário e ao corredor de transportes urbanos, onde existe o maior índice de assaltos e furtos, daí, distribuímos efetivo para policiar a pé, de moto e na cavalaria", explicou o tenente-coronel Aloísio.
O oficial acrescentou que as vítimas dos assaltos estão, na maioria dos casos, distraídas. "Os assaltos que ocorrem no Centro acontecem com frequência com pessoas mais distraídas. Então, levam a bolsa, carteira, celular, compras e outros pequenos objetos. São situações por conveniência, e os registros com arma de fogo são bem baixos".
Não só consumidores são vítimas dos famosos furtos, mas comerciantes também. Uma delas, que preferiu não ser identificada, relatou à reportagem que assalto à mão armada, seu estabelecimento nunca sofreu, porém, há muitas situações de furto. "Com frequência pessoas se passam por clientes e furtam nossos produtos, mas, quando identificamos, resolvemos por aqui mesmo", enfatizou a comerciante, que disse nunca ter registrado Boletim de Ocorrência de casos como esse.
ALIANÇA COMERCIAL

A reportagem também conversou com o presidente da Aliança Comercial, Guido Júnior. Segundo o empresário, o centro de Maceió - por onde cerca de 10 mil pessoas transitam diariamente - mostra-se mais seguro em relação a outras épocas marcadas por arrastões e vandalismos em várias regiões. Guido fez questão de afirmar que a violência existente atualmente é a mesma que há em bairros da capital, a exemplo do Jacintinho.
"Não existe mais insegurança no Centro. Hoje, a gente se depara com pequenos furtos apenas, em que os alvos são celulares e carteiras. São os chamados 'trombadinhas'. E o resultado dessa maior segurança se deve à parceria com a Polícia Militar, que tem agido diariamente, na prevenção e combate à criminalidade em todas as áreas do centro de Maceió, seja dentro ou fora das lojas. Além da PM, contamos com a presença da Guarda Municipal", destacou o presidente da Aliança, citando que a preocupação, no momento, ainda se estende aos prédios públicos abandonados, que estão vulneráveis à violência.
Guido comenta que, diariamente, todo o Centro conta com um efetivo de 30 policiais militares pela manhã e outros 30 à tarde, além da participação do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), seja em motocicletas ou em viaturas, bem como a cavalaria.
Questionado sobre os trechos mais perigosos, o presidente da Aliança reiterou a informação da PM de que os pontos de ônibus são os locais mais vulneráveis, - uma vez que o usuário está com celular e, muitas vezes, com ele no ouvido, o que é um "prato cheio" para o assaltante, -, além das famosas "saidinhas de banco", em que o assaltante monitora a vítima e age logo após o saque da quantia. De acordo com Guido, a arma utilizada para os pequenos crimes, na maior parte dos casos, é de brinquedo.
Na oportunidade, o empresário reforçou a informação sobre o sistema de monitoramento de câmeras, concentrado em um ônibus. Ao todo, 12 equipamentos fazem a varredura preventiva e combativa nas regiões do Centro, visando auxiliar o trabalho dos militares e guardas municipais, bem como trazer mais tranquilidade aos consumidores, nesta época do ano.
"Colocamos em prática o projeto, que é uma grande conquista. Trata-se de câmeras em pleno funcionamento. Aliado a isso, ainda contamos com o sistema de monitoramento da própria Secretaria de Segurança Pública [SSP], que já faz este trabalho há muito tempo e de forma mais abrangente, ou seja, pela capital", assinalou.