Hoje é um dia não tão comum para muitos. Trata-se de uma data dedicada aos falecidos, o que motiva familiares a visitarem os túmulos de seus entes queridos. Na manhã desta sexta-feira (2), o fluxo de pessoas já era grande em alguns cemitérios da capital. No São José, por exemplo, não parava de entrar e sair gente, além de um aglomerado de ambulantes vendendo flores e velas para conseguir um dinheiro extra.
No Cemitério Nossa Senhora da Piedade, no Trapiche da Barra, fiéis participavam de uma missa, enquanto inúmeras famílias faziam orações por seus entes queridos, acendendo velas e colocando flores nos túmulos.
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Já no Cemitério de São José, também no Trapiche, o movimento de visitantes estava bem maior, levando em conta que se trata do maior cemitério público da capital. Dione Nascimento, 58 anos, visita, todos os anos, o marido e a irmã falecidos.
"Muita saudade deles. Venho sempre no Dia de Finados, Dia dos Pais e aniversário deles. Eram muito queridos, e isso é uma forma de homenageá-los. Já tem treze anos que morreram, mas é como se fosse ontem", disse Dione.
Maria Cícera e dona Dezinha também estavam no cemitério para visitar seus entes. Para elas, o que importa é a visita e a oração por suas almas. "Para nós, é um grande dia, porque é uma cultura da nossa geração. Deixamos tudo em casa para fazer essa visita. Inclusive, vamos a União dos Palmares, onde tem parente enterrado lá. O Dia de Finados não é de festa, mas de rezar por nossos irmãos, pois sabemos que só o corpo fica aqui, já que a alma pertence a Jesus Cristo", externou Maria Cícera.

As irmãs Albertina, Aparecida, Rita de Cássia e Aldenir Bezerra estavam no São José para visitar o pai e o sobrinho que morreram em um acidente no ano de 2009. "Mandamos arrumar tudo aqui para ficar bonito. Todos os anos, nós fazemos essa homenagem a eles. Sei que um dia vou estar aqui também, então, é importante participar deste momento", comentou Aldenir.
DINHEIRO EXTRA
E, nas dependências do Cemitério, não só havia famílias rezando por seus parentes, mas trabalhadores tentando conseguir um dinheirinho extra para o sustento de sua família. Alguns estavam oferecendo serviços de limpeza nos túmulos, no valor de R$ 15,00, a exemplo de Marciel dos Santos, que, todos os anos, vai ao Cemitério Piedade.
"Fazemos todo tipo de serviço. Algumas pessoas querem só que passe uma vassoura no túmulo, aí, a gente cobra cinco reais, por exemplo. A gente faz o que elas pedem", disse Marciel.
A reportagem conversou, também, com ambulantes. Maria de Lourdes, que comercializa no Cemitério de São José, comemora as vendas no dia de hoje, apesar de comentar que, nos outros anos, a situação foi melhor. Ela geralmente vende 150 pacotes de vela, mas disse que não comprou essa quantidade, desta vez, com medo de não vender. "Já vendi até mais, porém, mesmo assim, está bom. Comprei menos, mas já vendi quase tudo, também. No geral, está sendo bom", disse a comerciante.

Carlos Eduardo também comercializa todos os anos, no Dia de Finados. Segundo ele, a expectativa é de vender tudo. "Por conta do feriadão, o movimento diminuiu. Desde quarta-feira à noite, estamos aqui. As pessoas adiantaram as visitas e o movimento foi bom, mas, hoje, será ainda melhor até o fim do dia", comentou.