
O mundo se despediu do papa Francisco na última semana, uma figura que pregou a alegria de viver. Um prazer que estava em gestos simples, como dividir o mate. Na Argentina, onde ele nasceu, o luto se espalhou dos bairros populares aos estádios.
O afilhado Jorge Vallejos diz que Jorge Bergoglio não dava sermão, dava exemplos: "Nos pequenos gestos, nos médios e grandes. Em tudo”.
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Jorge sempre via o padrinho ignorar o direito ao motorista. Ele pegava coletivos, onde chegou a atender um pedido de confissão no ônibus.
O papa deixava todos no mesmo degrau. Era o tipo do sacerdote que não para em textos sagrados, mas que assistia a filmes e amava música.
O Santo Padre tinha uma capacidade de escuta especial e alertava que ninguém tem deixado o outro terminar de falar:
"As pessoas vivem pisando no acelerador, de manhã até a noite. E isso estraga a saúde mental, a saúde espiritual e a saúde física. E mais ainda, destrói a família e, portanto, a sociedade”, disse Francisco.
A vocação dele antes mesmo de virar arcebispo era diminuir as distâncias. Jorge se converteu em Francisco e o mundo cristão não era mais preto ou branco; era algo mais conciliador. O papa brincalhão contrastava com papados reservados.
O papa achava que o humor era um cerificada de sanidade; ele rezava para rir de si mesmo.
"Todos os dias, depois de rezar as Laudes, eu rezo a oração de São Tomás Moro, para pedir senso de humor", disse o papa em entrevista.
O pontífice repetiu esta oração por mais de 40 anos e, provavelmente, no dia de sua morte:
"Dai-me, Senhor, senso de humor. Concede-me a graça de compreender as piadas para que conheça na vida um pouco de alegria e possa comunicá-la aos demais. Amém".
Em Buenos Aires, na Argentina, o repórter Pedro Vedova encontrou as origens, os prazeres e a formação religiosa do muito portenho Jorge Bergoglio. Veja no vídeo acima.