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Cubanos fazem filas em postos por medo da falta de combustível

Cubanos fazem filas em postos desde que o presidente Miguel Díaz-Canel pediu 'austeridade e economia' de combustível devido às sanções dos EUA

Na noite de quarta para quinta-feira (20), Ernesto Mirabal praticamente não dormiu: esse taxista cubano precisou enfrentar uma fila de quase cinco horas em um posto de gasolina, num contexto de falta de combustível, que força a ilha socialista a desacelerar.

"Cheguei umas 11 em ponto e peguei gasolina às quatro, porque às sete tinha trabalho", conta Mirabal, de 48 anos. Caso contrário, teria tido que "gastar o dia de trabalho (ali)".

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"Agora tenho gasolina para hoje e amanhã, mas depois de amanhã tenho que voltar à odisseia", acrescenta, e destaca que entre seus colegas impera um clima "de muito estresse e muita incerteza".

Desde que o presidente Miguel Díaz-Canel pediu, em 11 de setembro, "austeridade e economia" de combustível, devido às sanções dos Estados Unidos contra os navios que transportam o petróleo venezuelano, ventos de pânico sopram sobre a população, que correu para se abastecer.

A Venezuela é o principal aliado político e fornecedor de petróleo da ilha.

Em Cuba, que chegou ao 3G (internet móvel) em dezembro, as redes sociais funcionam a todo vapor durante a crise, que as autoridades definem como conjuntural.

Medidas drásticas

As imagens de filas intermináveis nos postos se multiplicam no Twitter e no Facebook, e foram criados grupos de WhatsApp em torno da pergunta da hora: "Onde tem combustível?".

As medidas drásticas de economia implementadas nos últimos dias fazem muitos cubanos evocarem os dias sombrios do Período Especial, a grave crise econômica dos anos 90, após a queda da União Soviética, principal apoio financeiro e energético da ilha.

Algumas dessas medidas são idênticas às editadas há 25 anos: o transporte público se reduziu ao mínimo, enquanto agentes da polícia detêm todos os carros estatais para obrigá-los a levar passageiros.

Nos campos de cana-de-açúcar, principal produto de exportação de Cuba, milhares de bois substituem as máquinas.

Nas empresas e entidades públicas os horários foram reduzidos, está proibido ligar o ar condicionado e há cortes de eletricidade em algumas horas do dia. Alguns funcionários estão em paralisação técnica, e outros trabalham de casa.

A coleta de lixo nas ruas de Havana foi reduzida, situação que atrapalha o combate à dengue, admitiu o Ministério da Saúde.

Pânico

Para o economista Omar Everleny, a situação de pânico com o combustível tem uma explicação simples: "As pessoas acham que vai se complicar mais depois, apesar do que as autoridades estão dizendo". Elas prometeram um retorno à normalidade em outubro.

"As pessoas acham que vai acabar e então todo mundo está tentando juntar o máximo de combustível possível", acrescenta Everleny.

Nos postos, muitos motoristas reabastecem e enchem galões de combustível, apesar dessa prática ser proibida. "Se for enfrentar uma fila de três quadras, vai comprar quatro, cinco vezes o que comprava antes", explica o economista.

Diante da crise, o governo multiplica as mensagens tranquilizadoras. Díaz-Canel pede para "pensar como país", com reiterados pedidos de unidade.

"O imperialismo não amargará nossa vida, nem tirará nosso sono. Enfrentamos esta situação, sistematizamos medidas de economia, nos prepararemos, crescemos e venceremos", tuitou na quinta-feira.

Contudo, o horizonte econômico parece sombrio. "Se o país estiver paralisado, de onde vai tirar o crescimento?", questiona Everleny, lembrando que os dados do turismo no primeiro semestre mostraram uma redução dos visitantes europeus, e os americanos estão proibidos de ir de cruzeiro à ilha desde junho.

Everleny considera que a atual escassez revela "uma crise de divisas" do país, incapaz de comprar petróleo fora de Venezuela, onde tem facilidades de pagamento em troca do envio de milhares de médicos.

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