Uma das parcelas mais afetadas pelas quarentenas de combate ao coronavírus, idosos passaram a ter uma linha telefônica de socorro especial na Sérvia.
O serviço foi criado pelo fundo de saúde reprodutiva da ONU (Unfpa), com a Cruz Vermelha.
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No país balcânico, maiores de 65 anos (ou de 70 em cidades menores) estão há seis semanas sem poder sair de casa. Na semana passada, o governo anunciou que eles seriam liberados para caminhar por 30 minutos, às terças, sextas e domingos, entre 6h e 13h, e num raio máximo de 600 metros.
"A maioria deles se queixou de se sentir sozinha e ter ataques de ansiedade. A separação dos filhos e principalmente dos netos é a parte mais difícil", disse Brankica Jankovic, comissária para a Proteção da Igualdade que atende telefones como voluntária durante cinco horas por semana.
Segundo ela, eles também perguntam como renovar prescrições médicas e receber atendimento em casa. "Alguns estão preocupados com seus amigos com demência, que saem de casa sem o conhecimento de que agora estão infringindo a lei", disse ela.
Numa das ligações, uma idosa de 73 anos, identificada como Nada, dizia se sentir exausta por ter que cuidar sozinha do filho adulto, que tem autismo e paralisia cerebral, relata o site do fundo.
Os efeitos psicológicos do isolamento podem incluir medo, nervosismo, tristeza e culpa", disse Natasa Todorovic, da Cruz Vermelha.
O serviço telefônico fornece primeiros socorros psicológicos e apoio psicossocial, e encaminha para grupos de voluntários os que têm necessidades específicas, como remédios ou alimentos.
Com 8.275 casos de coronavírus nesta segunda (27), a Sérvia decretou lockdown em 21 de março, um dia após registrar a primeira morte, mas já estava em toque de recolher desde o dia 17 de março.