Equipes que trabalham no resgate dos meninos e de um treinador de futebol recomeçaram as ações de resgate nesta segunda-feira (9), em uma caverna inundada no norte da Tailândia. Nesse domingo (8), quatro dos 12 garotos foram retirados do local.
A missão desta segunda é trazer ao menos outros três adolescentes, conforme as etapas antecipadas por autoridades no final de semana. É possível, no entanto, que a equipe escolte 4 jovens de volta, com base no sucesso da operação do domingo.
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Os mesmos especialistas que participaram da primeira etapa de salvamento no domingo (8) retornaram à caverna nesta segunda, para o 2º dia de salvamento. No entorno da montanha, ambulâncias e helicópteros esperam pelos garotos.
Os adolescente resgatados no domingo foram levados para o hospital da província de Chiang Rai e, segundo a "BBC", estão em "perfeitas condições".
Após a conclusão da primeira etapa, Osottanakorn informou que as equipes de resgate precisavam repor o estoque de oxigênio da caverna e anunciou uma pausa de 10 horas a 20 horas para se preparar para a operação desta segunda.
O início do resgate do grupo - composto de 12 garotos, de 11 a 16 anos, e do técnico, de 25 anos - foi anunciado na manhã de domingo (no horário local). O primeiro menino a deixar a caverna saiu às 17h40 (no horário local).
Após chegar à superfície, os meninos foram para um hospital improvisado, montado perto da caverna, onde passam pelos primeiros exames físicos. Depois, foram transferidos para o hospital. Eles não tiveram contato com a imprensa.
Osottanakorn afirmou que 90 mergulhadores - 50 estrangeiros e 40 tailandeses - participam da operação. Mais cedo, o governo havia afirmado que 18 mergulhadores, sendo 13 especialistas internacionais e cinco tailandeses experientes, conduziriam o grupo pelos trechos inundados da caverna Tham Luang, que está complemente no escuro.
A estimativa inicial é de que toda a operação, considerada complexa e perigosa, pode durar até 4 dias.
O governo antecipou que a viagem de volta começaria com um grupo de quatro meninos. Depois, segundo o "Bangkok Post", dois grupos com três meninos devem deixar a galeria subterrânea. Por último, mais dois garotos e o treinador serão trazidos para fora.
Medo da tempestade
No início, as autoridades estudaram deixar o grupo dentro da caverna até o fim da estação chuvosa - o que poderia significar que eles ficariam presos por até quatro meses. Porém, o bombeamento constante de água para fora da cavidade e a interrupção das fortes chuvas contribuíram para que o nível da água abaixasse, possibilitando o resgate.
Uma das maiores preocupações das autoridades era a condição climática na região: nuvens escuras - típicas desta época do ano - permanecem sobre o norte montanhoso do país.
Choveu fraco neste domingo na região, porém a previsão do tempo indica que uma tempestade se aproxima e deve chegar à região da caverna em até 4 dias. Uma tempestade inundaria ainda mais a galeria e tornaria a situação ainda mais dramática.
Na manhã de sábado (7), o governador e o coordenador da célula de crise afirmou que "agora e pelos próximos três ou quatro dias, as condições para uma evacuação são perfeitas em relação à água, ao tempo e à saúde dos meninos". Porém, ele não afirmou quais eram os planos para o resgate.
A queda no nível de oxigênio na cavidade subterrânea e a elevação do dióxido de carbono também pressionaram as equipes abreviar o resgate.
As equipes começaram a esvaziar a área para a operação de resgate ainda no fim da noite de sábado. Foram desobstruídas a área no entorno da entrada caverna e também as estradas de acesso à região. Os mais de 1000 jornalistas que acompanham o resgate tiveram que se afastar da caverna.
Desaparecimento
O grupo entrou na caverna Tham Luang no dia 23 de junho, após um treino, para se abrigar do tempo ruim, mas foi surpreendido por uma inundação. Após nove dias de intensas buscas, eles foram localizados por dois mergulhadores britânicos.
No sábado, o grupo enviou, com a ajuda dos mergulhadores, cartas aos parentes. Os meninos diziam estar bem e alguns contavam ter vontade de comer churrasco ou frango. O treinador, Ekapol Chanthawong, demonstrou sentimento de culpa em sua mensagem por ter levado os meninos ao local. Familiares disseram que ele não precisava se desculpar.
O grupo já tinha ido até o local outras vezes. Desta vez, tinham levado comida, que durou por algum tempo. Há relatos de que ele, que já foi foi monge, deixou de comer para que os meninos tivessem alimentação por mais tempo.