
Após a prisão de cinco homens suspeitos de integrar uma associação criminosa que praticava furto qualificado de mercadorias, a Polícia Civil deu detalhes de como ocorria o crime, que era praticado por funcionários de uma empresa situada no Polo Cloroquímico, em Marechal Deodoro. Entre os envolvidos, está uma pessoa que atuava como conferencista e liberava o transporte da mercadoria que iria ser desviada.
Conforme explicou o delegado João Marcello, da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), as investigações começaram após uma denúncia feita pela própria empresa. A dinâmica do crime era simples: o conferencista autorizava a saída dos materiais e, antes de a entrega ser feita no destino final, o grupo seguia em direção a Satuba, onde morava um dos membros da organização criminosa. Eles paravam o caminhão no local e descarregavam parte da mercadoria, seguindo com o resto para entrega.
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A mercadoria desviada eram carpetes emborrachados, que costumam ser comercializados a R$ 2 mil. Pelo esquema, no entanto, eles eram vendidos pelo grupo ao valor de R$ 500. A suspeita é de que o prejuízo para a empresa seja de cerca de R$ 1 milhão.
“Há algumas semanas, a polícia recebeu um comunicado da própria empresa informando que grande parte de suas mercadorias vinha sendo desviada pelos funcionários. Verificamos que eles estavam vendendo por cerca de R$ 500, dando um prejuízo significativo. A partir de então, a chefia de Inteligência da SSP passou a monitorar esse grupo, com imagens de drones e aéreas”, conta o delegado João Marcello.
Segundo ele, o grupo, formado por cinco homens de 30 e 45 anos, vai responder por furto qualificado mediante abuso de confiança, porque todos eram funcionários da empresa e tinham a confiança dos superiores.
O delegado Pedro Henrique, da Dracco, conta que as prisões aconteceram após um flagrante feito nessa quinta-feira (27), no momento em que eles descarregavam o material na residência de um deles. “No total, foram encontrados 69 carpetes que seriam destinados a outras pessoas. Os suspeitos foram conduzidos à Dracco para finalização e conclusão do procedimento cartorário. O grupo já foi ouvido e confessou toda a dinâmica criminosa”, afirma.
As investigações relacionadas ao caso continuam para saber se há outros funcionários envolvidos e também para que a polícia possa chegar aos receptadores, que compravam a mercadoria a um preço muito abaixo do ofertado no mercado.