
O delegado João Marcello afirmou, nesta quarta-feira (16), em entrevista à TV Gazeta, que as investigações sobre o caso de Ana Beatriz, encontrada morta em um armário no quintal da casa da família, nessa terça-feira (15), em Novo Lino, apontam para a suspeita de que a mãe tenha cometido o crime sozinha.
"Temos a convicção de que ela agiu sozinha. Isso está confirmado", declarou o delegado. Porém, a versão de um possível envolvimento de terceiros ainda está sendo investigada. "Ainda não descartamos a possibilidade de que alguém tenha auxiliado a ocultar o cadáver. Se isso for confirmado, a pessoa será responsabilizada por ocultação de cadáver", alertou João Marcello.
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A investigação se faz necessária, uma vez que delegados da Polícia Civil (PC) estiveram na casa para uma busca e não encontraram o corpo na segunda (14).
O corpo da bebê, encontrado cerca de cinco dias após o crime, está sendo analisado pelos peritos do Instituto Médico Legal (IML) e pelo Instituto de Criminalística (IC). O exame do médico legista será responsável por determinar o tempo exato de morte e outros detalhes relevantes, como se o corpo foi movido ou enterrado em outro local antes de ser encontrado no quintal.
"O perito colheu material em todos os locais suspeitos onde o corpo poderia estar, e aguardamos a confirmação através dos exames", explicou o delegado. A investigação ainda está em andamento, e mais informações sobre a dinâmica do crime devem surgir após os resultados dos procedimentos.
Ainda na entrevista, João Marcello também abordou a situação do pai da criança, que teria retornado de São Paulo ao saber do desaparecimento da filha, inicialmente reportado como sequestro. "O pai sabia do desaparecimento e foi orientado pelo advogado a convencer a mãe a contar a verdade. Acreditamos que a mãe agiu sozinha, mas estamos investigando se outras pessoas tinham conhecimento do que aconteceu", afirmou o delegado.
Caso a participação de terceiros seja confirmada, as pessoas envolvidas poderão ser indiciadas por ocultação de cadáver, um crime com pena de 1 a 3 anos de reclusão, conforme o Código Penal.
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
O delegado também destacou a importância da avaliação psicológica da mãe da criança. "Estamos avaliando se a mãe estava em um estado psicológico alterado, o que pode impactar na sua culpabilidade. A avaliação psicológica é uma parte importante dessa investigação", concluiu Marcello.
As investigações seguem em andamento, e a polícia aguarda os laudos periciais para determinar a causa da morte, que, segundo depoimento da mãe, foi por asfixia.