Após a polêmica envolvendo áudios racistas direcionadas ao delegado Leonardo Assumpção, coordenador da Central de Flagrantes, o tenente-coronel Rocha Lima, comandante do Batalhão de Policiamento de Eventos (BPE) - suspeito de ser o autor das ofensas - defendeu-se dizendo que as mensagens são montagens e "fakes".
Em entrevista a uma emissora de rádio local, o tenente disse ter ficado muito chateado quando tomou conhecimento e classificou como "muito sério" o episódio que envolve seu nome.
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"Quando tomei conhecimento [das mensagens], parei o que estava fazendo, minha vida, porque eu respiro polícia, meu sangue é de polícia. Meu inimigo está lá fora, não está dentro da polícia. A Polícia Militar e a Polícia Civil são uma família", afirmou Rocha Lima.
Logo que ficou sabendo do fato, o tenente-coronel disse que se dirigiu à Secretaria de Segurança Pública (SSP) e informou o acontecido ao comandante-geral da PM, coronel Marcos Sampaio. Em seguida, ele teria se dirigido ao Secretário Executivo de Políticas de Segurança Pública, Manoel Acácio, onde deixou o celular à disposição para que fossem apurados os fatos.
"Não tenho esse perfil, não faz parte de mim. Ninguém mais do que eu quer que seja esclarecido esse fato. Essa questão de preconceito é muito séria", concluiu.
Investigações
O delegado-geral Paulo Cerqueira designou, nessa terça-feira (15), os delegados Fabrício Nascimento e Marcos Lins para apurar as circunstâncias da gravação que contém ofensas de conteúdo racista contra o delegado Leonardo Assumpção.
O Sindicato dos Delegados de Polícia de Alagoas (Sindepol) e a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) encaminharam um ofício à Polícia Civil cobrando apuração rígida quanto a estes áudios. A portaria que os designa para o caso foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (16).