O clima de insatisfação contra a política econômica do governo Renan Filho (MDB) cresce nas repartições públicas. Motivos não faltam. Os servidores reclamam que, há três anos, não recebem reposição ou reajuste salarial. Para piorar, o Executivo segue a cartilha do governo Federal, que impôs desconto de 14% dos salários do funcionalismo para o Ipaseal (Instituto de Previdência do Estado).
Sem concurso para setores essenciais como Saúde, Educação, Segurança Pública, o funcionalismo reclama da sobrecarga de trabalho. Os problemas só aumentam. Os sindicatos das categorias do funcionalismo estadual já articulam, nos bastidores, uma greve geral para demonstrar a insatisfação com o atual modelo de gestão da máquina administrativa.
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Os "arrochos" salarial e funcional tiveram um saldo positivo: unificou 26 sindicatos e associações do funcionalismo, conforme observa o novo presidente do Sindicato dos Fiscais de Renda, Irineu Torres, ao confirmar o clima de insatisfação dos colegas e de algumas categorias. A paralisação geral do funcionalismo alagoano ainda não tem data definida, mas se comenta que pode acontecer entre abril e maio.
O movimento planeja encaminhar ao governador uma pauta com reivindicações comuns das categorias. Provavelmente, a principal é recomposição das perdas salariais dos últimos três anos, segundo afirmou um sindicalista. As articulações acontecem em caráter reservado e longe da imprensa. Mas fontes dos sindicatos garantem que ganha corpo o projeto de greve geral estadual.
Até categorias que sempre apoiaram o Movimento Unificado dos Servidores, mas nunca participaram de greve, já demonstram adesão às articulações. Enquanto a greve geral estadual ganha corpo, algumas categorias manifestam suas insatisfações contra o que definem "o pacote de maldade da política econômica" e a Lei Renan Filho, que trata da reforma da Previdência estadual com desconto de 14% dos que ganham acima do salário mínimo.
APOIO
A Federação Nacional dos Fiscais de Renda, neste momento, articula a participação da greve nacional prevista para 18 de março, envolvendo diversas categorias insatisfeitas com a política federal de Reformas da Previdência, Administrativa e Tributária do governo Bolsonaro.
Em Alagoas, este movimento ainda não tem apoio aberto dos fiscais de renda. A maioria considera o movimento nacional como "articulação político-partidária de oposição ao governo Federal", disse um fiscal de renda ao acrescentar que o movimento nacional divide a categoria.