
Os crimes de homicídio triplamente qualificado, aborto provocado por terceiro, ocultação de cadáver e corrupção de menores levarão ao banco dos réus, entre os dias 23 e 25 de abril, Karlo Bruno Pereira Tavares, conhecido como “Bruninho”, e Mary Jane Araújo Santos. Ambos são acusados de participação direta na morte de Roberta Costa Dias, jovem de 18 anos que estava grávida de três meses do filho de Mary Jane. O júri popular acontecerá em Penedo, no Fórum da cidade, com início às 9h.
A denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Sitael Jones Lemos, da 4ª Promotoria de Penedo, sustenta que os crimes foram premeditados e executados com crueldade e total impossibilidade de defesa por parte da vítima. Roberta foi asfixiada com um fio automotivo em uma emboscada armada por Mary Jane e seu filho, Saullo, então com 17 anos, que era o pai da criança.
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Segundo o Ministério Público, Mary Jane tentou convencer Roberta a realizar um aborto. Diante da recusa da jovem, teria planejado o assassinato, contratando Karlo Bruno para executar o crime. A vítima foi atraída até uma rua próxima ao posto de saúde onde realizaria uma consulta de pré-natal e, com Saullo no volante, foi surpreendida por Karlo, que estava escondido no porta-malas do veículo.
“Os autos mostram com riqueza de detalhes que o crime foi executado com frieza e com motivação torpe. A jovem foi morta porque a gravidez era indesejada pela família de Saullo. E não bastasse a brutalidade do assassinato, o corpo ainda foi ocultado por quase uma década”, declarou o promotor Sitael Jones Lemos.
A ossada de Roberta só foi encontrada nove anos depois, em 2021, enterrada na Praia do Pontal do Peba, em Piaçabuçu. Foi a própria mãe da vítima quem, após receber informações sobre a localização de um crânio, contratou uma escavadeira e acionou a polícia. A Perícia Oficial confirmou a identidade por meio de exames.
O julgamento
O júri será dividido em três dias:
23 de abril: depoimento das oito testemunhas de acusação;
24 de abril: oitiva das testemunhas de defesa e interrogatório dos réus;
25 de abril: debates entre o Ministério Público e a defesa.
O promotor e os advogados terão duas horas e meia para cada fase de fala, com possibilidade de réplica e tréplica. Ao todo, 17 testemunhas estão arroladas no processo.
Karlo Bruno e Mary Jane respondem por:
- Homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel (asfixia) e recurso que dificultou a defesa da vítima;
- Aborto provocado por terceiro;
- Ocultação de cadáver;
- Corrupção de menores, por envolverem Saullo, que era menor de idade à época.
Saullo, por ser adolescente à época do crime, foi representado judicialmente na Vara da Infância e Juventude, e não responde ao júri como os demais envolvidos.