Imagem
Menu lateral
Imagem
Gazeta >
Imagem
GZT 94.1 | Maceió
Assistir
Ouvir
GZT 101.1 | Arapiraca
Ouvir
GZT 101.3 | Pão de Açúcar
Ouvir
MIX 98.3 | Maceió
Ouvir
GZT CLASSIC | Rádio Web
Assistir
Ouvir
Imagem
Menu lateral Busca interna do GazetaWeb
Imagem
GZT 94.1
Assistir
Ouvir
GZT 101.1
Ouvir
GZT 101.3
Ouvir
MIX 98.3
Ouvir
GZT CLASSIC
Assistir
Ouvir
X
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

Quem cuida de quem cuida?

PEC 14/2024 reconhece que cuidar é trabalho, não um dever “natural” das mulheres


			
				Quem cuida de quem cuida?
Paula Lopes e Marília Magalhães. Arquivo pessoal

A PEC 14/2024, quer incluir no art.6° da Constituição Federal do Brasil, especificamente no Rol dos Direitos Sociais, o Direito ao Cuidado como forma de contemplar uma parcela invisível da sociedade responsável e encarregada dos cuidados com outras pessoas. Sejam elas durante a maternidade, na infância, para as pessoas com deficiência, para os idosos e/ou pessoas que tenham sofrido algum acidente ou doença que requeira cuidados paliativos.

Para o Direito, essa possibilidade de mudança causará impacto direto na vida das mulheres, que renunciaram a seus sonhos, vontades e demais profissões para se dedicarem ao cuidar de outrem sem garantias de remuneração ou direitos previdenciários.

Leia também

Para Heleieth Saffioti, socióloga brasileira, que analisou os mitos femininos na sociedade, creditar às mulheres o trabalho do cuidado como um dom natural e não designado socialmente, tem feito mulheres exercerem durantes gerações trabalho não remunerado.

E quando a mulher que cuida precisa de alguém, quem cuide dela? Quem cuida da mulher no puerpério ? Quem cuida das pessoas com doença mental na sua família? Assim também é natural que estas mesmas mulheres sejam cuidadas por outras mulheres como, por exemplo, filhas, irmãs, enteadas, primas, noras etc, como forma social de retribuição - ou seja, mulheres cuidam de todos, incluindo de outras mulheres, ainda que tenham filho, marido ou companheiro.

Com isso é incomum homens que se cuidam sozinhos, pois geralmente, haverá uma mulher, que desempenhará para ele, direta ou indiretamente, atividades de cuidados, incluindo cuidados domésticos ou de higienização. Enquanto as mulheres, cuidam de si e de outros; cuidam da casa, da família, das crianças, dos idosos, das pessoas acometidas por doenças ou cirurgias, das pessoas em situação de cárcere, entre outras situações.

Para a Medicina, o cuidado é algo que se observa diariamente sobre o impacto da sobrecarga na saúde das mulheres: depressão, ansiedade, dores crônicas e exaustão são comuns entre aquelas que cuidam de filhos, pais, companheiros ou outros entes queridos sem qualquer apoio do Estado.

Essa PEC reconhece que cuidar é trabalho, não um dever “natural” das mulheres. É um passo fundamental para que políticas públicas garantam rede de apoio, proteção social e serviços auxiliares.

Priorizar e valorizar o cuidado com o outro é investir em saúde pública, em dignidade e em justiça social. Quem cuida também precisa ser cuidado — e o Estado precisa assumir essa responsabilidade. Aprovar essa PEC é proteger a vida de milhões de mulheres que hoje são as maiores responsáveis pelo bem-estar coletivo sozinhas e em silêncio.

Paula Lopes (advogada) e Marília Magalhães (médica)

Ativistas pelos Direitos das Mulheres

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na Google Play Aplicativo na App Store
Aplicativo na App Store

*Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião da Organização Arnon de Mello.

Relacionadas

X