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Desgaste do esmalte: a epidemia silenciosa dos tempos modernos

Pode parecer sutil, mas esse é o início de um problema sério, que está se tornando cada vez mais comum


			
				Desgaste do esmalte: a epidemia silenciosa dos tempos modernos
Pollyanne Rabelo tem Mestrado Integrado em Medicina Dentária. Arquivo pessoal

Imagine a cena: você escova os dentes, faz tudo “certinho”, mas ainda assim sente uma pontada ao tomar algo gelado. No espelho, começa a perceber uma leve transparência nos dentes da frente, ou até uma mudança na coloração.

Pode parecer sutil, mas é o início de um problema sério, que está se tornando cada vez mais comum: o desgaste do esmalte dentário.

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Hoje, vivemos uma epidemia silenciosa, e não é exagero.

O esmalte é a camada mais externa e dura do dente, feito para resistir a anos de mastigação, ácidos e atrito. No entanto, ele não é invencível. E o que estamos vendo nos consultórios do Brasil inteiro é um número crescente de pacientes — inclusive jovens — com dentes sensíveis, finos e desgastados. Algo que, há algumas décadas, era mais associado ao envelhecimento natural. A pergunta é: o que mudou?

HÁBITOS MODERNOS, DANOS INVISÍVEIS

1. O culto ao limão, vinagre e sucos detox:

Eles são os queridinhos das redes sociais. O problema? Esses alimentos são extremamente ácidos e, consumidos com frequência, vão desmineralizando o esmalte aos poucos.

Principalmente quando combinados com escovação imediata, o estrago é ainda maior.

2. Ansiedade, bruxismo e apertamento A tensão do dia a dia está literalmente trincando os dentes das pessoas. O bruxismo, hábito inconsciente de ranger ou apertar os dentes, é uma das maiores causas de desgaste mecânico hoje. E ele não escolhe idade.

3. Escovação agressiva e excesso de pastas abrasivas

Mais força não é mais limpeza. Muitos pacientes, na tentativa de manter os dentes brancos, usam escovas duras, técnicas erradas e pastas com alto poder de abrasão. A situação fica ainda pior com as famosas pastas com carvão ativado, que prometem dentes mais brancos, mas funcionam como uma “lixa” para os dentes.

4. Vape, cigarro eletrônico e refluxo gastroesofágico

Novas modas e velhos hábitos também contribuem. O uso de vapes, por exemplo, altera o pH da boca, reduz a salivação e fragiliza o esmalte. Já o refluxo, outro sintoma comum do estresse, traz o ácido do estômago direto para os dentes.

O IMPACTO VAI ALÉM DA ESTÉTICA

Dentes com esmalte desgastado não apenas ficam mais sensíveis. Eles mudam de cor, perdem brilho natural e podem até fraturar com o tempo. Isso compromete a estética, a autoestima e, muitas vezes, exige tratamentos mais invasivos no futuro, que poderiam ser evitados com prevenção e informação.

O grande desafio atual é que muitas pessoas buscam tratamentos imediatos como: Facetas, Lentes, restaurações, clareamento sem antes entender a raiz do problema. A odontologia moderna precisa de um

olhar mais estratégico, que vá além do “dente branco e reto”,

e passe a considerar o paciente como um todo: seus hábitos, sua saúde sistêmica, seu estilo de vida.

A SOLUÇÃO COMEÇA NA CONSCIÊNCIA

A boa notícia? O esmalte não se regenera, mas pode ser protegido.

Com diagnóstico preciso, mudanças de rotina e protocolos preventivos, é possível preservar os dentes naturais por décadas.

A EPIDEMIA É SILENCIOSA, MAS A RESPOSTA PRECISA SER CLARA, URGENTE E COLETIVA

O que está acontecendo com nossos dentes não é apenas reflexo da má escovação ou de um erro pontual. É o retrato de uma geração exposta ao excesso de ácidos, de estímulos, de promessas rápidas e à falta de informação real.

Vivemos tempos em que a estética muitas vezes é buscada acima da biologia, e os efeitos disso estão aparecendo de forma silenciosa, mas devastadora.

Como dentista e educadora, meu papel não é apenas tratar, mas também alertar.. Que essa epidemia silenciosa se torne, a partir de agora, visível e evitável.

Pollyanne Rabelo - CRO | PB: 09109

Mestrado Integrado em Medicina Dentária (UFMDUP) - Porto - Portugal.

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*Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião da Organização Arnon de Mello.

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