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HOME > blogs > BLOG DO MARLON
Telê é considerado o maior treinador da história do São Paulo FC.

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Blog do Marlon

E se Telê Santana estivesse vivo no futebol de hoje?


			
				E se Telê Santana estivesse vivo no futebol de hoje?
Telê é considerado o maior treinador da história do São Paulo FC.. Divulgação São Paulo

Telê Santana nos deixou em 21 de abril de 2006. Mas, sinceramente, às vezes parece que o futebol foi junto com ele.

Num tempo em que ganhar virou obrigação cega e jogar bem virou detalhe, lembrar de Telê é quase um ato de rebeldia. Ele foi o técnico que ousou contrariar a lógica fria do resultado. Que dizia, sem medo e sem meias palavras: “futebol é arte, não é guerra”.

Nascido em Itabirito, interior de Minas, Telê foi ponta-esquerda antes de virar maestro da prancheta. Começou no Itabirense, passou pelo América de São João del-Rei, brilhou no Fluminense e, depois de pendurar as chuteiras, transformou os vestiários em salas de aula.


			
				E se Telê Santana estivesse vivo no futebol de hoje?
Ataque do Fluminense em 1953, na capa da Revista Esporte Ilustrado, 787. Paraguaio, Didi, Telê, Villalobos e Quincas.. MARLON ARAUJO -

Foi no comando técnico que virou lenda. Campeão carioca com o Fluminense em 1969. Campeão brasileiro com o Atlético Mineiro em 1971 — o primeiro título nacional do clube. Passou também por Botafogo, Grêmio, Palmeiras… mas foi no São Paulo que sua genialidade atingiu o ápice.

De 1990 a 1996, o Morumbi virou sua casa e seu palco. Montou um time que venceu tudo e encantou todos: duas Libertadores, dois Mundiais, um Brasileiro, duas Recopas, uma Supercopa, dois Paulistas. Tudo isso com jogo apoiado, triangulações, posse consciente e craques soltos — mas treinados até o último detalhe.

📊 Os números falam por si:

▫️ São Paulo: 434 jogos, 198 vitórias, 121 empates e 91 derrotas.

▫️ Atlético-MG: 245 jogos e o título brasileiro de 1971.

▫️ Seleção Brasileira: 54 jogos, 37 vitórias, 12 empates e só 5 derrotas.


			
				E se Telê Santana estivesse vivo no futebol de hoje?
Copa de 82, na Espanha. Da esquerda para a direita, Toninho Cerezo, Júnior, Telê Santana, Edinho, Sócrates e Zico.. Arquivo Placar

E na Seleção? Ah, aí mora a grande ironia da história. Não ganhou a Copa. Mas quem viu 1982 e 1986 sabe que Telê não precisava da taça. Seu Brasil foi o time do toque refinado, do meio-campo pensante, da alegria responsável. Zico, Sócrates, Falcão, Júnior, Cerezo, Éder… Telê juntou um exército de artistas e disse: joguem com liberdade, mas joguem com respeito. E eles jogaram.

Se hoje o futebol é engessado, Telê era um sopro de inteligência e emoção. Um técnico que tratava o jogador como cérebro — e não só como perna. Que cobrava sim, que era exigente sim, mas que dava a direção com clareza.

🎙️ Armando Nogueira uma vez cravou: “Telê ensinava seus jogadores a pensar o jogo com beleza e inteligência.”

🎙️ Raí, seu capitão no São Paulo, não esquece: “Telê nos ensinou que vencer com arte é possível e necessário.”

🎙️ Muricy, que foi seu auxiliar, resume bem: “Telê era duro, mas justo. Ele nos fazia entender que cada detalhe importa.”


			
				E se Telê Santana estivesse vivo no futebol de hoje?
Quando a Seleção Brasileira jogou em Maceió, Márcio Canuto entrevistou o técnico Telê Santana.. Foto - Museu dos Esportes

Hoje, quando se discute quem foi o maior técnico da história do Brasil, o nome dele sempre aparece. E não por nostalgia, mas por justiça. Telê Santana foi um técnico à frente do tempo. E talvez, por isso mesmo, esteja tão ausente do presente.

Ele era um romântico com método. Um sonhador com planilha. Um obcecado por detalhes que fazia o simples parecer divino.

E talvez você pense: “Ah, mas ele não venceu a Copa.”E eu te digo: ele venceu algo maior — venceu o tempo.


			
				E se Telê Santana estivesse vivo no futebol de hoje?
Marlon Araújo

Porque enquanto existir alguém que se emociona com um jogo bem jogado, que vibra com uma tabela bem feita, com um drible inteligente e um gol coletivo... o nome de Telê ainda estará em campo.

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