
"Nenhum valor, nenhuma cor": com essa mensagem em uma camisa toda branca, sem escudo nem marca de patrocinadores, o Lecce enfrentou a Atalanta neste domingo, pela 34ª rodada do Campeonato Italiano. O clube decidiu protestar contra a Federação Italiana por ter sido obrigado a entrar em campo apenas três dias após a morte do seu fisioterapeuta, Graziano Fiorita.
O jogo terminou 1 a 1, resultado que levou o Lecce, 17º colocado, aos 27 pontos, apenas dois acima da zona de rebaixamento no Italiano. A Atalanta está em terceiro lugar, com 65 pontos, lutando para confirmar sua vaga na próxima Liga dos Campeões da Uefa.
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O profissional de 47 anos faleceu no hotel da concentração da equipe na última quinta-feira, véspera da partida. A pedido do clube, o jogo foi adiado por 48 horas, decisão que foi considerada pelo Lecce, nas redes sociais, "terrivelmente desrespeitosa ao grave luto que atingiu a família, o clube e os torcedores".
Para a diretoria do clube, o jogo deveria ter sido adiado por mais tempo, já que Lecce e Atalanta não disputam nenhuma outra competição nesta reta final de temporada.
Também nas redes sociais, o Lecce explicou o motivo do uniforme usado neste domingo:
"Jogadores o jogo dos 'valores pisoteados', mas o faremos vestindo uma camisa anônima, que não nos representa, sem cores, brasões e logotipos", anunciou o clube.
Segundo a imprensa europeia, o Lecce recebeu o apoio da Atalanta no protesto. Além de não usar seu uniforme tradicional, o time visitante também usou o minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Papa Francisco para outro desagravo a Graziano Fiorita. Ao contrário do trio de arbitragem e do time da Atalanta, que se reuniu no centro do campo, a delegação do Lecce permaneceu na lateral, com todos abraçados.