Familiares de reeducandos do sistema prisional alagoano se concentraram, na tarde desta terça-feira (21), em frente ao complexo prisional de Alagoas, na Cidade Universitária, parte alta da capital. O grupo pretende acampar em frente ao local até obter respostas sobre o retorno de visitas e a entrega de feira aos detentos. Por causa do protesto, o trecho da rodovia BR-104 que fica em frente à entrada dos presídios foi fechado.
Essa não é a primeira manifestação realizada pelo grupo, que há cerca de 4 meses não tem contato pessoal com os parentes presos. A suspensão das visitas e da entrega da feira se deu ainda em março, no início da pandemia do novo coronavírus. Nesta terça-feira, além de parentes que moram em Maceió, há também pessoas que vieram do interior para protestar.
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Por decisão da Vara de Execuções Penais da Capital, as visitas e entregas de cestas básicas no sistema prisional alagoano foram suspensas, para evitar a proliferação do novo coronavírus. Segundo a Seris, já há um planejamento para a retomada dessas atividades, mas ainda não é possível apontar uma data.
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Alagoas (OAB/AL) está mediando negociações entre os familiares e a Secretaria Estadual de Ressocialização e Inclusão Social (Seris). No decorrer da manifestação, representantes da Comissão de Direitos Humanos (CDH) foram ao local para negociar a liberação da pista.
Cartas aos presos
Com a suspensão de visitas no início da pandemia, foi iniciada nos presídios a campanha "Uma Carta Para Você", onde os parentes podiam enviar emails para os detentos. Eles eram impressos por agentes penitenciários e entregues aos reeducandos, que escreveriam uma resposta.
Há mais de uma semana, porém, a renovação dos pagamentos de horas extras aos policiais penais foi inviabilizada. Com isso, os profissionais suspenderam o serviço e as cartas deixaram de ser respondidas. A OAB afirma que há a possibilidade da retomada deste pagamento amanhã, com o restabelecimento do serviço.
Segundo a Seris, a pasta está em contato com o Governo do Estado para tentar garantir a compensação das horas extras, e o assunto estaria sendo deliberado na Procuradoria Geral do Estado (PGE).