
Mais uma vez, moradores denunciaram uma mancha escura e a ocorrência de mau cheiro na região próxima ao Rio Jacarecica, em Maceió. A cena já foi alvo de diversas reclamações e cobranças da população. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram a correnteza intensa no rio e a tonalidade escura da água avançando em direção ao mar.
No vídeo, um morador relata o mau cheiro que vem das águas e fala até em animais mortos no curso do rio. Ele cobra mais efetividade do poder público em resolver o problema.
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Em fevereiro deste ano, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) constatou níveis de poluentes acima dos limites estabelecidos pelas normas ambientais. À época, as análises identificaram coliformes fecais, nitrogênio amoniacal, fósforo, baixa concentração de oxigênio dissolvido (OD) e alta demanda bioquímica de oxigênio (DBO), o que indica uma grave contaminação por esgotos domésticos ao longo do curso do rio.
Na semana passada, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) pediu uma investigação da influência das marés no aparecimento de manchas escuras no Rio Jacarecica. A análise irá verificar a possibilidade de ter acontecido um fenômeno chamado “fluxo/refluxo”, devido à maré.
Essa análise será realizada entre o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB).
Segundo o promotor de Justiça, Alberto Fonseca, o Município autuou dois condomínios por descarte irregular e instaurou dois procedimentos para eles responderem pela ação. Mas apesar disso, o promotor acredita que as autuações não justificam o grande volume de água que houve no dia.
“Foi concedido um prazo de 90 dias para que se aprofundassem as pesquisas, haja vista a possibilidade de esses volumes serem decorrentes do fluxo/refluxo das marés”, disse Fonseca.
Uma audiência está prevista para acontecer no dia 7 de agosto, onde também serão apresentados os resultados das pesquisas requisitadas.